Pilotos processam aérea por lesão no pescoço ao terem que olhar para trás durante os voos

Airbus A350-1000 da British Airways – Imagem: Steve Lynes / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Um grupo de pilotos da British Airways está processando a companhia aérea com a alegação de terem sofrido lesões no pescoço e na coluna ao serem forçados a se virar constantemente no cockpit para olhar para um monitor de câmera de segurança.

O sistema de vigilância foi introduzido nas aeronaves da British Airways após o 11 de setembro e permite que os pilotos garantam que apenas comissários de voo estejam tentando obter acesso à cabine, que só abre por dentro.

Pelo procedimento da empresa, os pilotos verificam a tela do chamado Sistema de Vigilância da Porta do Cockpit (CDSS) antes de destravar a porta, mas, em algumas aeronaves, o monitor foi instalado atrás dos assentos da tripulação, que não gira, fazendo com que os pilotos forcem o pescoço ao olhar para o monitor.

De acordo com o DailyMail, o CDSS é composto por três câmeras e os pilotos devem alternar entre cada câmera antes de eventualmente permitir a entrada na cabine de comando. Para alternar entre as câmeras, o piloto deve girar repetidamente para frente e para trás entre o monitor e o interruptor à sua frente.

Um grupo de 16 pilotos entrou com uma ação contra a British Airways alegando que essas constantes torções e giros resultaram em uma variedade de lesões no pescoço e na coluna vertebral. Eles estão processando a BA por indenização em valores entre £ 10.000 (cerca de R$ 66.800) e £ 100.000 (cerca de R$ 668.100). A compensação total solicitada é de cerca de £ 250.000 (cerca de R$ 1.670,405).

O principal reclamante é o comandante Jonathan Parry, um veterano da RAF que afirma ter sofrido uma hérnia de disco e danos na coluna vertebral ao torcer o pescoço 5.000 vezes para ver o CDSS.

A British Airways nega qualquer responsabilidade e questiona também o valor da indemnização pretendida pelos pilotos. O advogado do comandante teme que um piloto possa sofrer uma lesão no meio de um voo que possa comprometer a segurança dos passageiros e da tripulação.

Alguns dos pilotos envolvidos na alegação dizem que foram forçados a mudar para outros tipos de aeronaves onde o monitor da câmera de segurança não está instalado na parede traseira do cockpit. Ainda não há data para o julgamento do processo.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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