
Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou que o mandante do assassinato de Vinícius Gritzbach, ocorrida no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em novembro do ano passado, tem ligações com tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro.
O nome do mandante, que ainda não foi divulgado, atende pelo codinome “Cigarreira” e, segundo as autoridades, tem 44 anos. Além de suas atividades no Rio de Janeiro, ele também está envolvido com tráfico na região do Tatuapé, na zona leste de São Paulo.
Para despistar as autoridades, Cigarreira e alguns de seus familiares utilizavam documentos falsos com múltiplas identidades.
A Polícia Civil informou que Cigarreira coordenou o plano que resultou no assassinato de Gritzbach junto com um cúmplice conhecido como “Didi”. Ambos estão atualmente foragidos.
Gritzbach era réu por homicídio e era acusado de participar de esquemas de lavagem de dinheiro da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele havia assinado uma delação premiada no ano anterior, na qual revelou nomes de pessoas ligadas ao PCC e fez acusações de corrupção envolvendo policiais.
Até o momento, 26 pessoas foram presas em conexão com o caso, incluindo 17 policiais militares e cinco policiais civis. Quatro indivíduos detidos são suspeitos de ter vínculos com um olhar atento que estava monitorando Gritzbach no dia do crime.
A primeira pessoa identificada pela polícia por envolvimento no assassinato foi este olheiro, Kauê do Amaral Coelho, que continua foragido. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo está oferecendo uma recompensa de R$ 50 mil por informações que levem à captura de Coelho, e sua namorada foi presa em janeiro.
Nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) executou uma operação para cumprir novos mandados judiciais contra os envolvidos na morte de Gritzbach.
Durante a operação, celulares, pen drives e outros objetos foram apreendidos, e os policiais realizaram buscas em um galpão supostamente pertencente a Cigarreira.
A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, comentou sobre a complexidade do caso, dizendo: “Temos testemunhas e provas técnicas para concluir esse inquérito. Cheguei a ficar 36 horas dentro de uma sala montada só para resolver esse caso. Escrivães analisaram 30 horas de imagens, muitas vezes com qualidade ruim, somente para chegar à resolução desse crime.”
A investigação, que se arrasta há mais de três meses, está se aproximando de sua fase final, e o inquérito deve solicitar a prisão preventiva dos envolvidos, sendo entregue ao Ministério Público nas próximas semanas.