Um comissário de bordo da Air France venceu uma batalha legal de anos com seu ex-empregador por causa de seu cabelo, diz a mídia francesa. Ele disse que se sentiu preterido depois que a companhia aérea parou de alocá-lo em voos porque ele decidiu usar dreadlocks.
O comissário Aboubakar Touré processou aérea por discriminação em 2012, depois que seu corte de cabelo supostamente não teria agradado à empresa e ele acabou não sendo mais escalado por não cumprir os regulamentos da Air France. Pela regra, as mulheres podiam trabalhar na cabine com cabelos trançados, mas não os homens.
Dois tribunais já haviam decidido a favor da Air France, no entanto, o Tribunal de Cassação francês considera que existe discriminação com base no sexo. Além disso, a Suprema Corte esclareceu que as regras para homens e mulheres só podem diferir se forem de importância essencial e decisiva para o exercício da profissão. Um corte de cabelo não é o caso, de acordo com o juiz.
A decisão abre caminho para um novo pedido de indenização contra a Air France. As reivindicações anteriores foram rejeitadas. Aliás, Touré foi demitido pela empresa em 2018, após um alegado caso de depressão.
Recentemente, tem havido uma mudança no código de vestimenta no mundo da aviação. Mais e mais companhias aéreas estão introduzindo relaxamentos que reduzem as diferenças de gênero. Por exemplo, os pilotos masculinos da British Airways podem usar rímel, cílios postiços e piercings, entre outras coisas. A Virgin Atlantic permite que a tripulação de cabine masculina use saias. Além disso, tatuagens e cortes de cabelo são tolerados entre os tripulantes de muitas outras companhias aéreas.