A Airbus divulgou que está provisionando US$ 4 bilhões para cobrir multas após ter chegado a acordos preliminares para resolver investigações de três páises sobre corrupção em suas atividades. Os acordos, em princípio, centram-se nos reguladores britânicos, franceses e norte-americanos e continuam sujeitos à aprovação do tribunal, diz a Airbus.
A empresa afirma que o acordo com as autoridades do Reino Unido foi objeto de uma decisão judicial preliminar em 28 de janeiro, enquanto outras audiências no Reino Unido, França e EUA são esperadas em 31 de janeiro. “Mais detalhes serão fornecidos assim que os acordos forem finalizados”, diz a empresa.
O que houve?
No início de 2016, surgiram preocupações quanto aos pedidos de crédito à exportação da Airbus, pedidos ao UK Export Finance. A agência financeira suspendeu a análise de crédito e encaminhou as preocupações ao Departamento de Fraudes Graves do Reino Unido. A Airbus foi posteriormente colocada sob investigação pelo Serious Fraud Office, por alegações de corrupção centradas em irregularidades relacionadas a consultores terceirizados e práticas de lobby.
A pressão sobre a fabricante aumentou ao longo do ano seguinte, quando a instituição judicial francesa Parquet National Financier ingressou na investigação de fraude no Reino Unido, analisando similarmente atividades de consultores de terceiros e supostos subornos a agentes públicos, na França.
A Airbus também se viu investigada pelos EUA em 2017 por suspeitas relacionadas a problemas com os contratos de defesa, depois que uma análise dos processos de Compliance revelou “imprecisões” e “deficiências”, informou a empresa, em arquivos ao Departamento de Estado dos EUA.
Os problemas estavam relacionados às regras dos EUA contidas em seu Regulamento Internacional sobre Transporte de Armas, particularmente na seção sobre divulgação de taxas e comissões. A Airbus salienta que cooperou com todas as partes investigadoras envolvidas.
Em 2018, a empresa chegou a um acordo de € 81 milhões para encerrar uma investigação de defesa europeia dos promotores alemães sobre alegações de corrupção relacionadas à venda de caças à Áustria em 2003.
Medidas
A gerência sênior da Airbus agiu para reforçar seu departamento de Compliance, estabelecendo um comitê de revisão independente com representantes da França, Alemanha e Reino Unido.
A Airbus também optou por recrutar um número de candidatos externos para os cargos mais altos, à medida que vários membros do conselho se aposentaram, um passo destinado a causar uma impressão de transparência.
