O Gabinete do Procurador Público Europeu (EPPO) abriu uma investigação criminal sobre Henrik Hololei, ex-chefe de transportes da União Europeia, devido a um escândalo que envolve a aceitação de presentes de Qatar Airways, segundo informações divulgadas pela mídia e confirmadas pelo próprio EPPO.
A investigação surge após a revelação feita pelo Politico, em março de 2023, de que Hololei viajou nove vezes em classe executiva, sem custos, entre 2015 e 2021, enquanto estava em processo de negociação de um acordo de Céus Abertos com o Qatar, o qual beneficiaria a companhia aérea nacional do país.
Desde então, perguntas foram dirigidas tanto à Qatar Airways quanto à Comissão Europeia para obter esclarecimentos sobre a situação. Após o relatório inicial, o Escritório Europeu de Combate à Fraude (OLAF) iniciou uma investigação preliminar, que culminou com a ordem para que o departamento disciplinar da Comissão Europeia tomasse ação, embora esse processo ainda esteja em fases iniciais.
O aprofundamento desta investigação criminal pela EPPO segue críticas de que a UE não estava tomando medidas adequadas no tratamento do caso Hololei, conforme relatado pelo jornal francês Liberation.
Após o início da investigação, Hololei, um oficial estoniano, renunciou ao cargo de diretor-geral do departamento de mobilidade e transportes da Comissão Europeia. No entanto, ele continua empregado pelo órgão da UE, atuando agora como conselheiro político.
Este caso levanta questões sobre a integridade e a transparência nas negociações de alto nível dentro da União Europeia, especialmente considerando o potencial impacto econômico e político de tratados como o de Céus Abertos com o Qatar.
A situação acendeu um debate sobre ética e regulamentações na conduta de funcionários públicos, destacando a necessidade de procedimentos mais rigorosos para evitar conflitos de interesse e a influência de vantagens pessoais nas decisões oficiais.