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Por que a Latam só tem um Boeing 787 com matrícula brasileira?

Uma das medidas operacionais de maior impacto da Latam, tomada durante a pandemia, e em meio à sua reestruturação, foi a padronização da frota de longa distância apenas com aeronaves da Boeing – especialmente os modelos 767, 777 e 787 – e a concomitante retirada dos Airbus A350.

Agora, passado um ano desde a chegada do primeiro Boeing 787 da Latam Brasil, apenas uma aeronave tem matrícula brasileira, mas existe uma razão burocrática para isso.

A chegada do 787

A primeira aeronave Boeing 787 da Latam chegou ao país no dia 24 de agosto de 2021 e foi registrada como PS-LAA, em atendimento à necessidade da Lei de ter um avião registrado no país para permitir a homologação. Após pouco mais de um mês desde sua chegada, o avião fez o primeiro voo de certificação junto à ANAC na rota doméstica de São Paulo (Guarulhos) para Manaus.

Com a certificação avançando, a empresa aérea não precisaria de outras aeronaves registradas no Brasil, se beneficiando de um acordo firmado entre a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Direção Geral de Aeronáutica Civil do Chile (DGAC-Chile) em outubro de 2020, que permitiu um intercâmbio mais amplo das aeronaves registradas nos dois países.

Intercâmbio

O intercâmbio de aeronaves em questão visa permitir um uso mais eficiente da frota, possibilitando a operação de aeronaves possivelmente ociosas em picos de demandas sazonais em cada país ou o contorno de contingências operacionais sem a necessidade de o operador incorrer em todos os custos e trâmites relativos ao processo de nacionalização e registro da aeronave.

O novo acordo também revisou o convênio anterior, que datava de 2010, incluindo cláusulas mais claras e detalhadas, conferindo flexibilidade e permitindo até o uso das aeronaves de matrícula chilena em rotas domésticas no Brasil e vice-versa, o que não era abordado pelo documento de uma década atrás.

Com isso, tudo o que a Latam precisou fazer foi incluir aeronaves chilenas no acordo de intercâmbio, viabilizando sua operação em rotas internacionais partindo do Brasil. Atualmente, há dez Boeings 787 da matriz chilena incluídos no acordo, de matrículas: CC-BGA, BGC, BGE, BGF, BGG, BGH, BGI, BGJ, BGK e BGM.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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