Bandeira pirata na frente do novo Airbus A330 da FAB chama a atenção; entenda o motivo

Airbus A330 Força Aérea
Militares do Esquadrão Corsário

Na terça-feira (26), a Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu sua mais nova aeronave, o KC-30 (Airbus A330-200). O maior jato já operado pela FAB pousou no final da manhã na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, e foi apresentado oficialmente em uma cerimônia que contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, e muitas outras autoridades.

Em determinado momento do evento, uma bandeira com o símbolo tipicamente associado aos piratas foi estendida em frente à aeronave e dos demais militares, que posavam para as fotos oficiais do dia. Como resultado, a estampa da bandeira chamou a atenção e despertou a curiosidade de quem viu.

No entanto, existe uma explicação para o uso do ícone, já que ele faz alusão ao 2º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte (2º/2º GT), batizado de Esquadrão Corsário.

Um corsário era uma espécie de pirata regulamentado. Tratava-se de indivíduos contratados pelos governos para realizar atividades quase militares. Eles navegariam em navios armados, roubando navios mercantes e pilhando assentamentos pertencentes a um país rival. O mais famoso de todos os corsários é provavelmente o almirante inglês Francis Drake, que fez fortuna saqueando assentamentos espanhóis nas Américas depois de receber uma comissão de corsário por Elizabeth I em 1572.

O termo corsário está ligado ao Mar Mediterrâneo, onde, aproximadamente do final do século XIV ao início do século XIX o seu uso permitiu que os estados projetassem poder marítimo além das capacidades de suas marinhas regulares. Esse também seria o mote para dar o nome de batismo ao Esquadrão da Força Aérea.

A história do Esquadrão

O Esquadrão iniciou as operações em 1968 com uma frota de C-118, modelo Douglas DC-6B. Em 1975, essas aeronaves, já obsoletas, foram substituídos pelos C-91 Avro, mantidos na frota por três anos até dar lugar ao C-95 Bandeirante fabricado pela Embraer.

Em 1986, o Corsário recebeu o primeiro de quatro Boeing 707 ex-Varig, adaptado para reabastecimento em voo e transporte estratégico, denominado KC-137, aumentando significativamente as operações em todo o país. Em 2013, a FAB desativou o último KC-137, deixando o Grupo sem aeronaves por três anos.

Em 2016, a FAB recebeu o primeiro grande jato widebody, que foi incorporado ao Esquadrão através de um contrato de leasing. Tratava-se do C-767, modelo Boeing 767-300ER, de matrícula FAB-2900, que permaneceu em operação por três anos.

Após o vencimento do contrato e a devolução da aeronave, o Esquadrão ficou novamente sem um vetor de alta capacidade, deixando uma lacuna em aberto, que veio a ser parcialmente preenchida pelo Embraer KC-390, embora estivesse distante da real necessidade da FAB.

Esse espaço começou a ser preenchido no início deste ano, quando a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou o processo de licitação para aquisição de dois Airbus A330-200 e sua posterior conversão para a variante Multi-Role Transport Tanker (MRTT), no qual a Azul Linhas Aéreas foi a única participante e vencedora, tendo então que entregar duas aeeronaves do modelo para a FAB. O primeiro é esse recebido ontem e agora registrado sob a matrícula FAB-2901.

KC-30 da Forla Aérea Brasileira

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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