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Por que SOFIA, o Boeing 747SP da NASA, fez um voo de 10 horas até a Alemanha?

No dia 30 de setembro, última quarta-feira, quem consultou o FlightRadar24 se deparou com um longo voo de dez horas do clássico Boeing 747SP de matrícula N747NA. Não um avião qualquer, mas a SOFIA, um avião dos mais valiosos do mundo, baseado no hangar 703 do Armstrong Flight Research Center e operado pela NASA. 

A rota em que SOFIA foi vista ligava Palmdale, na Califórnia, a Hamburgo, na Alemanha. Apesar de estar voando há cerca de um mês, após uma pausa devido à pandemia, e numa média de quatro voos por semana, a rota de quarta-feira parecia não-usual.

Em 99% das vezes, o avião decola e pousa em Palmdale. Há algumas missões especiais em outras regiões do mundo em ocasiões muito especiais Mas, dessa vez, por que o jato foi enviado a Hamburgo?

A resposta

Por meio de um tuíte, o pessoal da Lufthansa Technik deu a resposta para o voo especial. Os alemães celebravam a chegada de SOFIA às suas oficinas para uma manutenção pesada. Em nota, a empresa de manutenção do grupo Lufthansa explicava também que “convidados especiais requerem tratamento especial – isso é especialmente verdadeiro para uma das aeronaves mais valiosas do mundo”.

SOFIA é o acrônimo para Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy e é o único observatório aerotransportado do mundo. O tipo de aeronave sozinho – um Boeing 747SP – é um objeto especial, já que pouquíssimos deles ainda estão ativos hoje. Mas o SOFIA é mais do que uma aeronave. É antes de mais nada um laboratório voador com equipamentos que tornam o avião único, tanto do ponto de vista tecnológico quanto estrutural.

“Após uma revisão completa (Check D) em 2014 e uma verificação pesada programada em 2017, a SOFIA está de volta visitando nossos hangares em Hamburgo para outra verificação pesada programada (Check C)”, disse Heinz Hammes, Gerente de Projetos SOFIA, do Centro Aeroespacial Alemão.

Voos suspensos na pandemia

Os voos da SOFIA foram suspensos em 19 de março em resposta à pandemia da COVID-19. Com a retomada dos voos, novos procedimentos estarão em vigor para garantir a saúde e a segurança da equipe, permitindo a observação de alvos celestes visíveis do hemisfério norte. A volta aos voos da SOFIA começou com duas operações em agosto, para dar tempo à equipe para avaliar e ajustar os novos procedimentos, e agora planeja retornar ao seu cronograma de observação regular com cerca de quatro voos por semana.

Quando o avião voltar da manutenção, que deve levar algum tempo, a equipe da NASA irá voltar explorar galáxias distantes para aprender como os buracos negros controlam o crescimento das galáxias e como as estrelas se formam nelas rapidamente. Para entender melhor como as estrelas nascem, a equipe examinará como os campos magnéticos afetam as nuvens celestiais que incubam estrelas natais.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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