Por que o Boeing 777-8F e o A350F têm tamanhos diferentes das versões de passageiros?

A nova geração de aviões cargueiros de grande porte está disponível no mercado, mas uma diferença de tamanho não vista antes foi notada.

Divulgação – Qatar Airways

A principal diferença está na abordagem das fabricantes: ao invés de lançar o cargueiro baseado em aeronaves de gerações anteriores, elas estão focadas nos aviões novos.

O Airbus A350 iniciou voos comerciais de passageiros em 2015 e agora, apenas sete anos depois, foi lançada a versão cargueira A350F. Para efeito de comparação, com o A330 foram 16 anos entre a primeira entrega do jato de passageiros e da versão de carga, o A330-200F.

Na concorrente Boeing acontece o mesmo, o 777 entrou em operação em 1995, e só em 2005 chegou o primeiro 777F, baseado no 777-200LR. Eis que agora a empresa lança o 777-8F, antes mesmo de entregar o primeiro 777X.

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Outro ponto em comum é que os dois concorrentes optaram por não apenas (a grosso modo) usar uma versão de passageiros, tirar os assentos, reforçar o piso, colocar uma porta de carga e lançar o produto como novo avião de carga.

O 777-8X, por exemplo, tem 69,8 metros de comprimento, já a versão de cargas 777-8F tem 71,8 metros, sendo uma fuselagem um pouco mais estendida, mas bem abaixo dos 76 metros do 777-9X, que é o maior bimotor do mundo (ainda em testes).

No A350 a diferença é mais notável: A versão A350-900 de passageiros tem 66,8 metros, já a cargueira tem 70,8 metros, se tornando mais próxima do A350-1000, que tem 73 metros em seu comprimento.

Nos antecessores, A330F e 777F, os tamanhos são iguais aos das versões nais quais são baseadas, o que economiza também tempo de desenvolvimento.

Por que as fabricantes esticaram os modelos?

A resposta tem relação à sua vocação e refere-se aos tamanhos dos paletes. Ao fazer uma pequena modificação no tamanho dos jatos, torna-se possível a colocação de mais um palete ou contêiner padrão, sem precisar de deixar o espaço apenas para cargas menores (a granel) ou ter um único contêiner ou palete de tamanho menor.

Isto se torna atrativo para as companhias cargueiras, que ganham um pouco mais de espaço sem custo muito maior, além de poderem padronizar melhor a utilização do espaço interno do avião.

Ainda assim, os jatos terão um nível de compatibilidade de peças e procedimentos na casa dos 99% das versões de passageiros, sendo também vantajoso para as empresas que os têm na versão de passageiros e carga.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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