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Preços de aviões comerciais subiram em 2023 e subirão mais em 2024, por falta de aeronaves para a alta demanda, aponta Avolon

Imagem: AndreyPopov, via Depositphotos

A Avolon, uma das grandes empresas globais de financiamento da aviação, divulgou ontem, 26 de janeiro, um artigo em que mostra que o valor das entregas de novas aeronaves deverá aumentar mais de 15%, para cerca de 100 bilhões de dólares, em 2024.

A entrega de mais de 1.450 novas aeronaves comerciais de grande porte ajudará a aumentar as receitas de transporte de passageiros das companhias aéreas em 12%, para US$ 717 bilhões. O lucro líquido das companhias aéreas deverá aumentar 10%, para 26 bilhões de dólares.

Espera-se que 4,7 bilhões de pessoas voem de avião em 2024, mais do que em qualquer ano da história. Segundo indicam os dados, a Índia, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estão emergindo como principais impulsionadores do crescimento.

E com esse forte aquecimento do mercado após a pandemia, os valores das aeronaves e as taxas de leasing (arrendamento) aumentaram acentuadamente em 2023, à medida que uma escassez estrutural de aeronaves de fuselagem estreita e de fuselagem larga se refletiu no mercado. E novos aumentos são esperados em 2024, ressalta a Avolon.

As companhias aéreas e os arrendadores que esperaram para se comprometer com novos pedidos para adquirir novas aeronaves correm o risco de esperar até a próxima década para receberem seus pedidos.

A capacidade doméstica das companhias aéreas atingiu 106% dos níveis de 2019 na média mundial, enquanto a recuperação internacional está ligeiramente atrasada, em cerca de 95%, em grande parte devido à recuperação mais lenta do que o previsto no mercado chinês e ao impacto que isso teve em rotas anteriormente movimentadas no sudeste da Ásia.

O artigo “2024 Outlook: New Horizons da Avolon”, analisa as principais tendências no setor da aviação, incluindo as seguintes principais conclusões:

– Companhias aéreas: em 2023, as receitas das companhias aéreas aceleraram 22% em comparação com um aumento de 3% no PIB global. O regresso a fluxos de caixa positivos permitiu às companhias aéreas reembolsar 57 bilhões de dólares de empréstimos governamentais contraídos durante a pandemia. A reabertura contínua das viagens internacionais chinesas proporcionará um impulso positivo para as companhias aéreas ao longo do ano;

– Fabricantes: a falta de oferta de aeronaves levará anos para se dissipar, aumentando o valor das aeronaves entregues e prolongando o seu tempo de vida em operação. A recuperação da produção de aviões de fuselagem larga está atrasada em relação à de fuselagem estreita, resultando num mercado mais limitado e com tempos de espera mais longos;

– Arrendadores: com a escassez de aeronaves e de capital, o papel dos arrendadores está se fortalecendo. Os arrendadores com grau de investimento que garantiram novas carteiras de pedidos de aeronaves atraentes estão melhor posicionados para os próximos anos. As taxas de arrendamento de mercado demoraram a ajustar-se às taxas de juro mais elevadas, mas subiram até 35% em 2023, sendo esperado um maior crescimento em 2024;

– Inovação e Sustentabilidade: o impulso por trás do combustível sustentável de aviação (SAF) está crescendo e são necessários cerca de 2 biliões de dólares de investimento para aumentar a produção para os níveis necessários para atingir as metas de saldo líquido zero de emissões. Voar ficará mais caro nesta década, à medida que as companhias aéreas enfrentam mercados de trabalho mais apertados, pressões crescentes de sustentabilidade e desafios de durabilidade dos motores;

– Riscos: as perspectivas macroeconômicas estão se normalizando à medida que a inflação tende a diminuir, mas há uma ameaça de uma procura mais fraca por viagens aéreas nos EUA e potencialmente na Europa. O risco político estará em foco em 2024, com os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente e as tensões contínuas entre a China e o Ocidente. O aumento da produção pelos fabricantes aeronáuticos é vulnerável à pressão da cadeia de abastecimento e à supervisão regulatória.

Informações da Avolon

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