Prefeitura de BH pode gerar demissão de 400 pessoas com fechamento de Aeroporto

O fim de até 400 empregos pode acontecer em breve, caso a situação do Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, não seja revertida.

Divulgação – Infraero

O segundo aeroporto da capital mineira era, no passado, uma fazenda, até que seus donos decidiram doar o terreno ao governo, sob a condição de que fosse transformado num campo de aviação, voltado para a instrução aérea. E foi neste mesmo aeroporto, que existe desde muito antes da formação de bairros na região, que foram formados milhares de aviadores brasileiros.

No entanto, por estar no segundo ponto mais alto da cidade, fora a Serra do Curral, próximo ao Anel Rodoviário e outras vias de acesso, o aeroporto sofre com especulação imobiliária e reclamações de vizinhos, que mudaram para lá cientes da movimentação diária de aeronaves.

Antes mesmo de qualquer relatório ser divulgado do acidente do último domingo, parte dos políticos já vinham pedindo o fechamento do aeroporto, alegando problemas de segurança, embora nem todos pensem desta mesma forma.

A Associação Voa Prates, por exemplo, composta por usuários e trabalhadores do aeroporto, levanta o fato de que aeronaves de instrução baseadas ali raramente têm acidentes. “O Aeroporto Carlos Prates registrou 50% menos acidentes fatais no período analisado, em comparação com voos relacionados ao Aeroporto da Pampulha”, afirma a nota oficial da associação.

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, se encontrou hoje com o governador Romeu Zema e o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, e afirmou que ficou acertada a desativação do aeroporto para “fim social”.

Até o momento não está claro qual seria este “fim social” que supere os 400 empregos que serão perdidos com o fechamento do aeroporto, além do prejuízo de quem investiu no local, inclusive estudantes que tem o financiamento estudantil, o FIES, com escolas de aviação civil do aeroporto.

Com o fechamento das escolas, haverá uma perda de dinheiro e sem garantias de que o contrato de financiamento poderá ser transferido para outra escola, podendo aumentar a dívida estudantil.

Rumores em Belo Horizonte apontam para o plano da prefeitura como sendo a construção de um parque, mas não existe orçamento previsto para isso ou qualquer intervenção no Carlos Prates. Outros rumores apontam que o local daria lugar a prédios residenciais, um autódromo (que iria gerar mais ruído que o aeroporto), sambódromo ou até mesmo um possível estádio de futebol.

No passado, a própria Prefeitura de Belo Horizonte editou uma lei, que foi considerada inconstitucional e, por isso, não cumprida pela maioria dos aviadores, que proibia voos de instrução aos finais de semana, que inviabilizaria o treinamento de quem trabalha de segunda à sexta para poder financiar a sua formação. Por Lei Federal, apenas a União pode definir regras aeronáuticas.

Em consulta ao portal de informações da Aeronáutica, o AISWEB, consta a informação de que o Aeroporto Carlos Prates será fechado em 6 de abril próximo, por determinação da ANAC. A falta de definição concreta sobre o aeroporto afasta investimentos e cria incertezas às diversas famílias que dependem do trabalho ali realizado.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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