A autoridade de investigação de acidentes aeronáuticos da França (BEA), defende que a prevalência de aproximações de Sistema de Pouso por Instrumento (ILS) tem ocultado uma vulnerabilidade subjacente dos aviões ao risco de colisão com o terreno, provocada por configurações incorretas do altímetro.
Os comentários da BEA e uma animação da agência (abaixo) surgem após a conclusão de um inquérito sobre um incidente grave envolvendo um Airbus A320 da Airhub, que desceu a apenas 6 pés acima do solo durante uma aproximação de baixa visibilidade para a pista 27R do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.
Embora os pilotos tivessem cumprido um Aviso aos Aeronavegantes (NOTAM) referente à interdição da pista nos fins de semana, o ILS não estava operacional no dia do incidente, em 23 de maio de 2022. Os pilotos configuraram erroneamente o altímetro para 1011mb em vez de 1001mb, o que levou o avião a seguir um perfil de descida 280 pés abaixo do originalmente programado.
Apesar do alarme da Altitude Mínima de Segurança ter sido acionado na torre de controle, a tripulação decidiu prosseguir e iniciou uma arremetida apenas após passar 52 pés acima do solo. O avião alcançou uma altura mínima de 6 pés antes de ganhar altitude.
A BEA observa que a ampla utilização do ILS permite que a questão passasse despercebida, pois os perfis de descida vertical deste sistema não são afetados por configurações incorretas de altímetros.
Os avanços no uso de aproximações baseadas em satélite com orientação vertical barométrica, por outro lado, não levaram a comunidade aérea a questionar o impacto nos níveis de segurança.
Após o incidente, a Airhub fortaleceu a importância da precisão das configurações de pressão QNH e implementou procedimentos de análise de dados de voo para identificar eventos de altímetros configurados incorretamente.
A Administração Aérea Francesa DSNA também implementou diretrizes provisórias que requerem a transmissão mais frequente das leituras de pressão QNH para pilotos conduzindo determinadas aproximações.
