Primeira aérea low-cost do mundo tem colapso com 70% dos voos cancelados

Uma das mais tradicionais empresas aéreas do mundo está vivendo a sua pior semana na história. O caos se iniciou com a chegada de uma forte tempestade de inverno no norte dos EUA, que deixou ao menos 60 mortos no país e fez nevar até em locais considerados “quentes”.

Nesse contexto, a Southwest Airlines, empresa texana que iniciou o modelo de baixo-custo e baixa-tarifa, que hoje é a base de operação de praticamente qualquer companhia aérea moderna, teve vários tropeços e bateu um recorde: 70% dos voos cancelados na data de ontem, como aponta o FlightAware. Outros dados da plataforma de rastreamento de voos apontam que 50% dos voos cancelados nos EUA foram da Southwest.

Problemas variados levaram a esse colapso, embora tenham sido são potencializados pela falta de funcionários e planejamento operacional deficiente em meio aos problemas meteorológicos.

A empresa, inclusive, foi bastante criticada na internet após soltar uma nota oficial (após vários dias de cancelamentos consecutivos que resultaram no pior resultado de ontem), afirmando que está “se recuperando da nevasca severa”.

A nota afirma que “todos os funcionários estão presentes para o trabalho”, mas as informações nos aeroportos são contraditórias, com maioria dos cancelamentos sendo causados por falta de tripulantes como informado pelos próprios funcionários nos balcões dos aeroportos.

No ranking de maiores taxas de cancelamentos, a que mais se aproxima é a Spirit, com 20% dos voos cancelados, o que já é um número alto mas muito abaixo da Southwest. Por sua vez, em voos atrasados, a jetBlue lidera com 52%, mas não cancelou praticamente nenhum voo, situação similar à da Delta e da American Airlines, que não cancelou um voo sequer neste dia, apesar de também ter grandes bases afetadas pela nevasca, principalmente em Chicago e Nova Iorque.

O impacto do chamado “Southwest Meltdown” também é visível nos aeroportos com mais voos atrasados ou cancelados: O top dez mundial está com todos os grandes aeroportos da companhia, sem exceção.

Outra curiosidade é que tanto o ranking de aeroportos com mais chegadas atrasadas ou canceladas, é igual ao de partidas atrasadas ou canceladas, existindo apenas uma troca de posições, mas contando com os mesmos nomes, a saber: Aeroportos de Denver, Las Vegas, Chicago Midway, Dallas Love Field, Baltimore, Phoenix, Orlando, Atlanta, Houston Hobby e Nashville.

Inclusive, no Aeroporto de Orlando, o mais movimentado da Flórida, destino e lar de milhares de brasileiros, teve apenas três decolagens e um pouso da Southwest na noite de segunda.

As únicas exceções estão na Califórnia, onde os aeroportos-hub da Southwest, o de Los Angeles e Oakland, estão com poucos voos impactados. Em algumas localidades os passageiros foram informados que a acomodação mais próxima disponível é para o dia 30, por causa da época de Natal e Ano Novo.

Nos EUA, as empresas aéreas não são obrigadas a acomodar passageiros de voos cancelados em outras companhias, sendo apenas obrigadas a reembolsar ou acomodar no “próximo voo disponível na empresa”. Por facilidade, algumas empresas fecham acordo de acomodação como ajuda mútua, não deixando virar um efeito dominó.

Algumas pessoas pediram ajuda (intervenção do governo federal) de Pete Buttigieg, Secretário dos Transportes dos EUA, que tem combatido com veemência o problemas de atrasos e cancelamentos das companhias aéreas desde que tomou posse no ano passado, mas até o momento nem ele e nem o Departamento dos Transportes falaram sobre o assunto.