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Primeiro avião da nova aérea nacional da Nigéria aterrissa, mas certificado de operador aéreo é negado

Foto: Divulgação

A primeira aeronave que faria parte da futura Nigeria Air chegou ao Aeroporto Internacional Nnamdi Azikiwe de Abuja na tarde de sexta-feira, 26 de maio. A aeronave, um Boeing 737-800 de onze anos, opera atualmente sob o registro ET-APL para a Ethiopian Airlines, que havia endossado os aspectos financeiros e operacionais do projeto no ano anterior. 

No entanto, já está ostentando a pintura da proposta como a nova companhia aérea nacional da Nigéria, detalha o Aviacionline.

Acontece que, no passado domingo soube-se que a Autoridade de Aviação Civil da Nigéria (NCAA) tinha negado o certificado de operador aéreo (AOC) à Nigeria Air, tendo a aeronave regressado pouco depois à Etiópia, de onde tinha partido.

Outras operadoras de companhias aéreas saudaram a decisão. Elas já haviam entrado com uma ação judicial, pois argumentam que uma aprovação sem passar pelo devido processo traria consequências negativas para a atividade de aviação comercial. Nesse sentido, sustentam que não estão preocupados com a estrutura de propriedade da Nigeria Air , mas sim com o cumprimento dos processos estipulados.

A Nigéria, o país mais populoso da África, é um grande mercado com mais de uma dezena de operadoras ativas e boas perspectivas de crescimento no futuro próximo. Hadi Sirika, ministro da Aviação, havia declarado que a companhia aérea começaria a operar antes de 29 de maio, data da posse da nova administração chefiada pelo presidente eleito Bola Ahmed Tinubu.

Apesar da decisão do órgão regulador, o executivo manteve a promessa e compareceu à cerimônia de boas-vindas da aeronave, a primeira das 35 previstas no projeto. Durante o ato, ele destacou que a nova empresa seria peça fundamental para a dinâmica da atividade no país.

No entanto, os planos de Sirika podem ainda não se concretizar. Já com um novo governo, as próximas semanas serão fundamentais para definir o futuro da companhia aérea nacional da Nigéria.

Investimentos da Ethiopian

Nos últimos anos, a Ethiopian Airlines investiu na criação e recuperação de diferentes companhias aéreas africanas, trabalhando em colaboração com diferentes governos.

ASKY Airlines, com sede em Lomé, Togo, foi seu primeiro projeto. A companhia aérea foi fundada em 2008, seis anos depois que a Air Afrique, que já foi a maior companhia aérea da África Ocidental e Central, encerrou suas operações. Atualmente possui 40% de suas ações

Em 2013, iniciou um projeto de recuperação da Air Malawi, que havia parado de operar devido a problemas econômicos. 49% dos ativos da empresa foram adquiridos pela Ethiopian Airlines e um ano depois seu nome mudou para Malawian Airlines. De fato, o mesmo Boeing 737-800 que se juntaria à Nigeria Air operou para esta última entre fevereiro de 2014 e agosto de 2015.

Em 2018, a empresa etíope assinou uma aliança estratégica com o governo da Zâmbia para contribuir para o renascimento da Zambia Airways, que cessou as operações em 1994. O relançamento foi concluído em 2021 com uma aeronave DHC 8-400. Hoje, a Ethiopian Airlines possui 45% de suas ações, enquanto o estado da Zâmbia detém o restante.

Por outro lado, entre 2018 e 2021 geriu a Ethiopian Mozambique Airlines com o objetivo de concorrer com a companhia aérea nacional LAM, mas a delicada situação econômica do país do sudeste africano e a consequente quebra da procura obrigaram à sua saída do mercado.

A Ethiopian também tentou lançar a Guinee Airlines como transportadora nacional, substituindo a extinta Air Guinee. Além disso, apresentou planos para revitalizar a South African Airways, embora o governo sul-africano se manifestasse contra a iniciativa.

A empresa detém uma participação de 40% na Nigeria Air. Outros 46% pertencem ao Consórcio de Investidores da Nigéria, enquanto os 5% restantes estão nas mãos do Estado nacional.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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