A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal abriu um inquérito sobre uma denúncia relacionada à compra de aviões da empresa aérea TAP por anteriores dirigentes da empresa, em especial o grupo do brasileiro David Neeleman, após uma denúncia do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do atual ministro das Finanças, Fernando Medina.
Segundo informação enviada à agência noticiosa Lusa, o inquérito está sendo investigado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e encontra-se “em segredo de justiça”.
No final do ano passado, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina denunciaram suspeitas de corrupção na compra de 53 aviões da TAP por anteriores dirigentes da empresa. O negócio, que incluía o leasing dos aviões e contou com um valor de 1,6 bilhão de euros.
Na altura, o então ministro das Infraestruturas revelou que a direção da TAP tinha pedido uma auditoria para verificar se a companhia não estaria pagando mais do que os concorrentes. As conclusões da auditoria foram remetidas para o Ministério Público.
Fontes da mídia apontam que o valor suspeito de ter sido “pago em excesso” ascenderia aos 320 milhões de euros. Esta situação acabou por obrigar a TAP a renegociar o contrato de leasing dos aviões nos primeiros dias da pandemia, visto que a empresa não possuía o dinheiro necessário.
De seu lado, David Neeleman, que foi o responsável pela gestão privada da TAP, garantiu que “os novos aviões da TAP foram adquiridos ao preço de mercado”, reafirmando esta informação com “diversas avaliações independentes”.
Esta não é a primeira vez que a TAP é alvo de denúncias e investigações, inclusive por ser uma empresa disputada pelos diferentes atores políticos do país. Em 2015, a empresa foi vendida por 10 milhões de euros a um acionista privado que, segundo o ministro das Infraestruturas, “endividou ainda mais a empresa”.
