A produção do Boeing 787 Dreamliner, um dos principais modelos da fabricante americana, enfrenta problemas de atraso. Contudo, em vez de se tratar de problemas técnicos, a justificativa encontra-se mais uma vez em questões políticas e econômicas: a crise com a Rússia. As informações são do The Wall Street Journal.
O atraso envolve um componente que regula a temperatura chamado de trocador de calor. A Boeing vinha obtendo esse item de um fornecedor russo. No entanto, após a invasão da Ucrânia pela Rússia e a imposição de restrições comerciais contra bens russos, a empresa começou a adquirir o componente de fornecedores britânicos e americanos. Segundo o Wall Street Journal, eles não têm conseguido produzir em quantidade suficiente.
Esse item de controle térmico está entre as “poucas peças-chave” que a Boeing mencionou em um memorando na semana passada como fator de atraso na produção do 787. Este fato é ainda mais preocupante se considerarmos que os modelos 787 e 737 MAX, também com atrasos, representam 98% do atual backlog da gigante da aviação comercial.
No entanto, os problemas com o 787 não param por aí. No mês passado, antes de um depoimento no Senado dos EUA, Sam Salehpour, um engenheiro da Boeing, relatou à NBC News que detectou problemas na fuselagem do avião. Salehpour alegou que problemas na maneira como a pele de metal é fixada ao restante da aeronave poderiam fazer com que ela se despedaçasse em pleno voo.
Salehpour afirmou que a aeronave “vai se despedaçar nas juntas das quais estamos falando. “Uma vez que se desmonte, ela cairá até chegar ao chão.”
Em resposta às alegações de Salehpour, a Boeing disse que “as acusações contra a integridade estrutural do 787 são imprecisas e não representam o extenso trabalho que a Boeing realizou para garantir a qualidade e a segurança a longo prazo da aeronave”. A empresa garantiu estar “totalmente confiante” em seus produtos.