No início do mês de junho, o AEROIN trouxe a informação de que a Rede VOA SP, a nova administradora do aeroporto Mário Pereira Lopes, em São Carlos (SP), havia feito um pedido para suspender por 90 dias os voos internacionais no local, afetando frontalmente a operação do Centro de Manutenção da Latam.
Um exemplo prático deste impacto pôde ser observado nesta semana, quando uma aeronave Airbus A321 (CC-BEQ) da matriz chilena da Latam teve que fazer um curto voo até Guarulhos, antes de seguir para Santiago no dia seguinte, quando foi concluído o processo aduaneiro. O traslado, que começou em 18 de julho, foi registrado pela plataforma de rastreamento de voos Radarbox (abaixo).
Apesar de ser um voo curto, existe um consumo extra de combustível, além de ser considerado um ciclo para a aeronave, com uma decolagem e um pouso a mais, que não existiriam se São Carlos tivesse mantido o status de internacional.
Histórico
Na cidade do interior paulista, a Latam realiza a manutenção de vários modelos de aeronaves de sua frota local, principalmente as da família Airbus A320, além de prestar serviços em aviões de outras operações da empresa na região, incluindo a matriz no Chile, e as subsidiárias no Peru e Colômbia.
O aeródromo de São Carlos obteve sua internacionalização por meio da Portaria nº 3.998/SIA, de 1º de dezembro de 2017, com operações restritas a entrada ou saída de aeronaves procedentes do exterior ou a ele destinadas, para serem submetidas à prestação de serviços de manutenção e reparo, sendo vedadas as operações internacionais de serviços aéreos públicos de carga e passageiros.
A autorização veio após 10 anos de tentativas por parte da Latam e assim prosseguiu até agora, até que a Rede VOA SP informou que isso teria que ser revisto.
O motivo informado pela nova administradora é a necessidade de adaptação à Portaria RFB Nº 143, de 11 de fevereiro de 2022, que estabelece normas gerais e procedimentos para o alfandegamento de um aeroporto, mandatório para aeródromos que recebem voos internacionais, mas que São Carlos está em descumprimento – a documentação não teria sido repassada à empresa pelo governo do Estado, antigo administrador do terminal.
