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Projeto da UFPI para combustível de aviação feito de vísceras de peixe terá R$ 1 milhão do CNPq

Foto ilustrativa – Imagem: FlugKerl2 / CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

Uma tecnologia que substitua os combustíveis da aviação por gordura de peixe é o objetivo do projeto desenvolvido pelo Grupo de Estudos Avançados em Processos Industriais (GEAPI), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), aprovado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A linha agraciada (Combustíveis do Futuro), promovida pelo edital N° 18, tem como finalidade trazer soluções para usos alternativos aos combustíveis fósseis.

O projeto da UFPI visa à nacionalização de tecnologia para o desenvolvimento de bioqueresone de subprodutos ou descartes do setor pesqueiro e, mais especificamente, o uso de vísceras do peixe Tambaqui.

Imagem: Divulgação / UFPI

A ideia é promover para o Brasil uma tecnologia acessível e mais barata, que tenha como matéria-prima produtos que não disputam com o setor alimentício – o que é uma exigência do mercado sustentável atual.

Segundo o professor Assis Mota, coordenador do projeto, o CNPq disponibilizará recursos na ordem de 1 milhão de reais, e a produção do bioquerosene atuará em frente multidisciplinar, tendo a primeira fase na criação de uma planta com tecnologia 100% nacional, para então a construção de produtos e testes, feitos em parceria com outras universidades como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Estadual do Ceará.

“A ideia partiu do uso de matérias-primas que não sejam produtos alimentícios e assim não acabem gerando outros problemas como escassez de alimentos. Teremos engenheiros mecânicos, engenheiros eletricistas e engenheiros de produção trabalhando com o intuito de obter os melhores dados e projetar a nossa tecnologia. Teremos a instalação da planta no Centro de Tecnologia (CT) da UFPI e assim, depois de dominarmos essa tecnologia, a intenção é licenciarmos e trazermos mais recursos não só para a UFPI, mas também para todo o Brasil”.

O Professor ainda destacou que só existe uma fornecedora de tecnologia semelhante no mundo, advinda dos Estados Unidos, e que gera, por uma planta, cerca de 100 milhões de dólares. “O nosso interesse é esse. De termos a nossa tecnologia validada aqui na UFPI para então termos licenças para o Brasil e para outros países, o que gerará mais ofertas de emprego e colocará a UFPI como protagonista na produção de tecnologia em todo o mundo”, afirmou.

O Diretor do CT, Marcos Lira, considerou que essa aprovação representa um marco do trabalho desenvolvido pelo GEAPI e, por sua vez, pela UFPI. “Mais uma vez, a UFPI demonstra a sua qualidade e importância para a nossa sociedade, onde tiramos nossos trabalhos do papel em benefício de todos”, disse.

Informações da UFPI

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