Promotores portugueses iniciam investigação sobre arrendamento de 53 aviões pela TAP

Dando sequência a uma denúncia do governo português, promotores iniciaram uma inquirição sobre um acordo de arrendamento de 53 aeronaves Airbus da TAP em 2015, quando era uma controlada por investidores privados. Como novidade, duas pessoas familiarizadas com a investigação informaram à Reuters que ela abrange suspeitas de pagamentos ilegais.

Em outubro passado, o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse a uma comissão parlamentar que a TAP encomendou uma auditoria ao contrato de arrendamento, alegando que pagava mais pelos aviões do que o valor de mercado.

O contrato previa que a TAP deveria abdicar do arrendamento de 12 aviões Airbus A350 e iniciar um novo acordo de arrendamento de 15 A320neos, 25 A321neos e 13 A330-900neos, a entregar nos anos seguintes, afirmaram as fontes. Àquela altura, ele fora firmado pelos representantes do Atlantic Gateway, uma sociedade entre o brasileiro David Neeleman e o empresário português Humberto Pedrosa.

Uma das fontes informou à Reuters que os investigadores estão a investigar um possível esquema em que a alteração do contrato permitiu à Airbus financiar ilegalmente a aquisição da TAP pela Atlantic Gateway. A segunda fonte disse que pagamentos de comissões supostamente ilegais da Airbus à Atlantic Gateway também estão sob investigação.

A TAP e a Airbus não responderam às perguntas da Reuters e os antigos sócios disseram que não há nada de irregular na negociação. Há de se destacar que a TAP sempre foi motivo de batalhas políticas em Portugal e tudo deve ser esclarecido antes de apontar aos culpados – ou não.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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