
Ao menos três aeronaves da Boeing que já estão na China, prontas para serem entregues, devem voltar para seu lugar de origem.
Os jatos são do modelo 737 MAX 8 e foram fabricados em Renton, cidade vizinha a Seattle, no estado americano de Washington. Como parte do investimento da Boeing no mercado chinês, uma linha de produção final da empresa foi instalada na cidade de Zhoushan, vizinha a Xangai.
Esse tipo de linha de finalização também já foi implantado pela brasileira Embraer em Harbin, mesma cidade onde a Airbus instalou uma linha de produção de componentes das famílias A320 e A350XWB. A Airbus também possui um centro de produção final em Tianjin, sendo hoje a fabricante aeronáutica estrangeira com maior presença e produção no país.
We’re almost ready to hand over the 1st #737MAX from our new 737 Completion and Delivery Center in Zhoushan, China – giving us more capacity in Renton, Washington to deliver the fastest-selling airplane in #Boeing history. pic.twitter.com/JGgER9P15R
— Boeing Airplanes (@BoeingAirplanes) December 12, 2018
Porém, um jato Boeing 737 MAX que iria para a companhia aérea chinesa Xiamen Airlines e já estava em Zhoushan voou, na manhã do dia 18 de abril de 2025, para a ilha americana de Guam, no Pacífico. De lá, a aeronave deve seguir para Honolulu, no Havaí, antes de retornar a Seattle, como apontam os dados da plataforma de rastreamento de voos AirNavRadar.
De matrícula de testes N230BE e número de série 64680, esse 737 MAX 8 seria entregue à Xiamen com o registro chinês B-20DX. No entanto, as recentes disputas promovidas pelo presidente americano Donald Trump, envolvendo tarifas de importação e exportação, tornaram a aquisição da aeronave “inviável” para a China, que proibiu o recebimento de novos aviões — mesmo aqueles que estavam no país para terem seus interiores instalados, principal trabalho realizado pela Boeing em Zhoushan, e que foi feito nesta aeronave em específico.
Amid Tariff Tensions, Boeing Jet Returns to U.S. Instead of Delivery to China 📰Via @Reuters (@LisaBarrington)
— AirNav Radar (@AirNavRadar) April 18, 2025
A Boeing 737 jet, originally bound for a Chinese carrier, departed Boeing's Zhoushan completion center. However, instead of being delivered, it turned back, flying… pic.twitter.com/MvmQtHaJDC
O portal The Air Current informa que outras duas aeronaves deverão, em breve, ser retornadas à Boeing em Seattle, sendo que ao menos uma é da própria Xiamen e outra pertence a uma companhia aérea chinesa ainda não identificada.
Das entregas pendentes da Boeing, apenas 2% são de pedidos de companhias aéreas da China, que desde 2021 não têm feito novos pedidos à fabricante americana, enquanto a Airbus continua a avançar no mercado local.