Com tecnologia de hipercondução, propulsão a hidrogênio chegará mais rápido a grandes aviões

Conceito de aeronaves a hidrogênio com tecnologia de hipercondutores – Imagem: GKN Aerospace

A GKN Aeroespace, empresa especializada no desenvolvimento tecnológico para o futuro da aviação sustentável, informa que seu programa H2GEAR ultrapassou um marco importante ao concluir sua primeira rodada de estudos de negócio em nível de sistema. Os estudos se concentraram na arquitetura do sistema de propulsão e na seleção de tecnologia de subsistema para aeronaves-conceito hipotéticas com capacidade para 19, 48 e 96 passageiros.

O trabalho até o momento mostra que os desenvolvimentos da GKN Aerospace na integração do sistema de células de combustível, combinados com a rede de energia hipercondutora e os sistemas de acionamento do motor, permitirão que a propulsão elétrica a hidrogênio seja ampliada mais rapidamente do que se pensava originalmente.

Segundo Max Brown, vice-presidente de tecnologia da GKN Aerospace, a visão inicial da empresa era que a introdução da propulsão elétrica a hidrogênio para aeronaves de 19 passageiros seria mais fácil do que para aeronaves de grande porte, no entanto, o desenvolvimento da rede hipercondutora e tecnologia criogênica para motores abriu os olhos para a possibilidade de dimensionar eficientemente a tecnologia para aeronaves de 96 passageiros e potencialmente maiores.

Os sistemas hipercondutores propostos pela GKN Aerospace usam o hidrogênio líquido a bordo como dissipador de calor, resfriando os condutores elétricos a temperaturas inferiores a -200°C para reduzir drasticamente sua resistividade elétrica. Essa redução na resistividade facilita a distribuição de energia elétrica em baixa tensão e permite cabos condutores de peso mais baixo e motores elétricos configurados para atingir mais de 99% de eficiência.

Ao contrário dos sistemas supercondutores, que exibem resistência elétrica zero, um sistema hipercondutor utilizaria materiais condutores mais convencionais e a tecnologia seria entregue ao mercado mais cedo, oferecendo um impacto geral maior na redução das emissões globais no futuro próximo.

O programa H2GEAR foi lançado em 2020 para desenvolver tecnologia de propulsão elétrica a hidrogênio escalável para uma nova geração de aeronaves sustentáveis. O sistema proposto gera energia elétrica a partir de hidrogênio usando células a combustível.

Essa energia elétrica é distribuída para motores elétricos que são dimensionados para acionar fans de dutos de baixa relação de pressão. Essa abordagem elimina as emissões de CO2 e NOx, oferece oportunidades para mitigação de rastros de poluição e também deve oferecer oportunidades de redução de ruído em relação aos sistemas de propulsão convencionais.

A demonstração terrestre integrada das tecnologias H2GEAR está programada para 2025 e a entrada em serviço da primeira aeronave movida a hidrogênio com tecnologia hipercondutora pode ocorrer em 2035.

O H2GEAR está sendo liderada pelo Centro de Tecnologia Global da GKN Aerospace, em Bristol, Reino Unido. O programa é gerenciado pela GKN Aerospace em colaboração com os parceiros Intelligent Energy, Aeristech, Newcastle University, The University of Manchester e University of Birmingham.

O programa é apoiado por £ 27 milhões de financiamento da ATI, acompanhados pela GKN Aerospace e seus parceiros industriais.

Informações da GKN Aerospace

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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