Um dos maiores sindicatos da Austrália, a Australian Services Union (ASU), pediu à Qantas Airways que reformule suas diretrizes de uniformes e aparência, para promover uma Austrália mais “diversificada e inclusiva”.
A companhia aérea com sede em Sydney atualmente exige que as comissárias de bordo usem maquiagem e salto alto, enquanto a tripulação de cabine masculina está proibida de usar maquiagem ou deixar crescer a barba. Os membros da tripulação são obrigados a usar um relógio durante o serviço, mas as mulheres não podem usar um relógio com um mostrador grande.
As regras estão contidas no livro interno de regimento da companhia aérea, conhecido como ‘Style on Q’. Tais diretrizes não são atualizadas há anos, dando margem para os críticos afirmarem que elas não refletem mais as atitudes do mundo moderno.
“Embora os uniformes das companhias aéreas tenham percorrido um longo caminho desde a era das minissaias e saltos altos, ainda há um caminho igualmente longo a percorrer”, escreveu Emiline Gaske, secretária nacional assistente do Australian Services Union em uma carta aberta ao executivo-chefe da Qantas, Alan Joyce.
Joyce é abertamente gay e é um dos líderes empresariais LGBTQ+ mais importantes do mundo. Ele se autoproclamou “campeão da mudança” e foi instado a repensar pessoalmente as diretrizes da companhia aérea.
Conforme relata o Traveller, entre as ideias apresentadas pelo sindicato está simplesmente remover a exigência de que as funcionárias uniformizadas usem maquiagem. Ao mesmo tempo, a Qantas foi instada a permitir que todos os funcionários, independentemente do sexo, usem maquiagem, se desejarem.
A Qantas também é instigada a eliminar os requisitos de salto alto para trabalhadores que usam saia ou vestido, bem como a considerar se é necessário que os funcionários usem meias.
Atualmente, apenas os membros da tripulação que se identificam como mulheres podem usar saia, vestido ou salto alto, mas o sindicato acredita que a Qantas deve remover os requisitos de uniformes baseados em gênero e permitir que os funcionários escolham e misturem itens de uniformes de todos os tipos.
Os funcionários também poderão usar barba sob as mudanças propostas pela ASU e a Qantas foi encorajada a permitir que os trabalhadores exibam seus pronomes preferidos em seus crachás.
Outras companhias
Tais regras já foram abolidas em outras companhias aérea pelo mundo, como é o caso da ucraniana de baixo custo SkyUp Airlines, que não exige mais que as funcionárias usem saltos altos e, em vez disso, permitem que elas optem por tênis confortáveis.
Já a empresa aérea islandesa Play lançou no ano passado o primeiro uniforme de comissário de bordo “não específico” do mundo, onde os membros da tripulação são livres para misturar e combinar itens de toda a coleção – incluindo roupas que seriam tradicionalmente reservadas para funcionários que se identificam como masculinos ou femininos.
Não muito diferente, a principal companhia aérea da Suíça, a Swiss International Air Lines, atualizou também no ano passado alguns pontos de sua conduta de vestimenta dos tripulantes, deixando que os comissários de bordo do sexo masculino utilizem o tão famoso coque no cabelo, entre outras coisas.
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