Qatar Airways condenada a pagar terapia a brasileira impedida de embarcar por ser gorda

Foto de arquivo pessoal

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Qatar Airways a pagar por sessões semanais de aconselhamento de uma passageira a quem negou o embarque em novembro passado porque alegou que ela era gorda demais para caber no assento da Classe Econômica. O caso foi amplamente reportado e envolveu Juliana Nehme, uma modelo plus size e advogada, que estava de férias com sua família no Líbano.

Lehme foi impedida de voltar para casa depois que agentes do aeroporto que trabalhavam para a Qatar Airways no aeroporto de Beirute supostamente a constrangeram. À época, ela disse a seus fãs no Instagram que a Qatar Airways a recusou a embarcar, a menos que ela gastasse US$ 3.000 adicionais para fazer um upgrade para a Classe Executiva.

Logo após o incidente, a Qatar Airways negou a versão dos eventos de Juliana e disse que os problemas começaram quando um membro de seu grupo de viagem teve problemas com um teste Covid obrigatório antes da partida.

“A passageira em questão no aeroporto de Beirute foi inicialmente extremamente rude e agressiva com a equipe de check-in quando um de seus acompanhantes não apresentou a documentação PCR necessária para entrar no Brasil”, disse a companhia aérea em comunicado. “Como resultado, a segurança do aeroporto foi solicitada a intervir, pois funcionários e passageiros estavam extremamente preocupados com seu comportamento”, continuou o comunicado.

No entanto, um juiz em sua cidade natal, São Paulo, decidiu que a transportadora deve pagar para que Juliana participe de sessões de psicoterapia para se recuperar do sofrimento que o incidente lhe causou.

Na terça-feira, o tribunal ordenou que a Qatar Airways pagasse por uma sessão de terapia semanal no valor de pelo menos US$ 76 cada. A companhia aérea deve cobrir os custos dessas sessões por pelo menos os próximos 12 meses a um custo total de $ 3.684, que deve ser depositado na conta bancária de Juliana como um montante fixo.

Seja qual for o motivo real para a proibição de voo de Juliana, um porta-voz da Qatar Airways confirmou que era política da companhia aérea exigir que passageiros obesos fizessem um upgrade para um assento maior se “obstruíssem o espaço de um companheiro de viagem e não pudessem colocar o cinto de segurança ou abaixar os apoios de braço ”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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