Na sexta-feira (18), um juiz britânico ordenou que a Airbus suspendesse o cancelamento do pedido 50 aeronaves A321neo da Qatar Airways. Há um mês, a Airbus revogou unilateralmente o pedido de US$ 6 bilhões como parte da disputa acirrada com a empresa árabe, sobre defeitos na qualidade da pintura de alguns A350.
Conforme relata a Reuters, durante uma audiência técnica no Supremo Tribunal de Londres, um juiz disse à Airbus que deve adiar quaisquer medidas práticas que impeçam a Qatar Airways de receber os novos aviões conforme planejado originalmente.
O adiamento foi solicitado até abril, quando a audiência principal está programada para ocorrer. Durante o julgamento, o Supremo Tribunal determinará se a Airbus estava em seu direito de cancelar o pedido, invocando uma cláusula de inadimplência no contrato da Qatar Airways para os aviões A350.
Como começou
No final do ano passado, a Qatar Airways processou a Airbus em pelo menos US$ 600 milhões alegando que danos na pintura de pelo menos 21 de seus aviões A350 eram um problema de segurança que forçou a companhia aérea a aterrar os aviões até que a “causa-raiz” fosse estabelecida.
A Airbus nega que o dano seja motivo para não voar os aviões e afirma ter trabalhado com outros operadores do A350 que chegaram à mesma conclusão. O fabricante então cancelou um pedido separado de 50 A321neos, quando a Qatar Airways se recusou a receber dois aviões A350 que foram construídos para a companhia aérea.
A Qatar Airways e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) temem que a Airbus esteja aproveitando as forças do mercado como alavanca contra as companhias aéreas. Apesar da batalha judicial em andamento, o presidente-executivo da Airbus, Guillaume Faury, disse na quinta-feira que a empresa europeia ainda espera chegar a uma “solução amigável” com a Qatar Airways.
