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Reduzido para 30 o total de motores do jatinho elétrico que a Azul vai usar

A comparação entre o design anterior e o mais recente, em cena do vídeo apresentado abaixo

Há poucos dias, o AEROIN apresentou um interessante vídeo que mostrava um pouco da tecnologia envolvida na motorização do projeto Lilium Jet, uma aeronave elétrica de decolagem e pouso na vertical (eVTOL) com um grande número de motores à jato elétricos.

O veículo aéreo da alemã Lilium é um dos mais adiantados entre os projetos eVTOL do mundo no que diz respeito ao processo de desenvolvimento e aos ensaios em voo, tendo inclusive despertado interesse da brasileira Azul Linhas Aéreas, que pretende ter até 220 unidades operando no Brasil, e da empresa de aviação executiva NetJets, com pretensão de outras 150 unidades.

Agora, um segundo vídeo foi publicado, falando mais sobre o projeto e, principalmente, sobre evoluções que ocorreram durante o desenvolvimento do Lilium Jet.

Conforme a gravação que poderá ser assistida abaixo, antes de falar efetivamente do projeto, o autor explica sobre o fato de muitas pessoas não concordarem em chamar um motor elétrico de “jato”. Porém, como já citado previamente pelo AEROIN e agora demonstrado neste vídeo, um motor “a jato” é qualquer propulsor que produza um jato de ar ou outro fluido para gerar impulso, portanto, não é necessário que haja combustão para que um motor seja denominado “a jato”.

Prosseguindo com o Lilium Jet, um dos pontos destacados pelo autor é a recente redução do número de motores, de 36 para 30. Um aumento de 10% no diâmetro do duto do fan (ventilador frontal) resultou em melhor funcionamento dos propulsores, permitindo a diminuição do número deles enquanto mantém a mesma potência e eficiência, e, por consequência, gerando ganho com a redução de peso e dos custos de manutenção da aeronave.

A diminuição do número de motores foi feita nas asas principais, que passaram a ter 18 (9 em cada lado) ante os 24 que possuíam antes, enquanto as asas canard (frontais) foram mantidas com 12 (6 em cada lado).

O aumento no diâmetro dos dutos ainda resultou em espaço extra para instalação de dispositivos que reduzem o ruído da passagem de ar, melhorando a assinatura acústica da aeronave.

A configuração da fuselagem foi ligeiramente melhorada. Sua forma foi alterada para ter mais eficiência aerodinâmica e menos peso, e a posição de fixação das asas principais foi movida um pouco para trás e para cima em relação à versão anterior do projeto.

Ainda visando a uma melhor eficiência aerodinâmica, os canards ganharam winglets (dispositivos de ponta que reduzem o arrasto induzido de uma superfície sustentadora).

Todas essas alterações, desenvolvidas a partir de simulações computacionais e testadas em túnel de vento e em ensaios reais de voo, resultaram no sucesso da transição completa atingida pela primeira vez há poucas semanas.

Conforme anunciado pela Lilium, a transição é um dos momentos mais críticos para os veículos eVTOL, pois representa a passagem do voo pairado para o voo horizontal, o que também significa a transição do fluxo de ar turbulento para o fluxo laminar sobre as superfícies sustentadoras (aos 4:28 do vídeo, a cena mostra finas fitas presas na aeronave, que estão agitadas pelo fluxo turbulento e depois passam a estar esticadas no fluxo laminar).

A presentação também fala sobre o sistema de baterias do projeto, que conta com uma tecnologia superior às demais existentes no mercado, fornecendo a energia necessária para as fases de voo pairado da decolagem e de pouso e para o voo horizontal de até 250 km previsto nas especificações do Lilium Jet.

Ainda relacionado à questão do consumo de energia das baterias, outra modificação que a Lilium implementou foi a instalação de trem de pouso com capacidade de corrida de decolagem e aterrissagem. Isso permite que a aeronave economize bateria quando houver alguma distância de solo disponível para a operação, já que o voo pairado exige maior potência.

Os aspectos acima descritos e outros mais apresentados podem ser vistos de maneira ilustrada no vídeo a seguir. Apesar do áudio em inglês, a depender do dispositivo sendo utilizado para assistir, pode ser possível utilizar as configurações no canto do player para adicionar legenda e para acionar a tradução automática dela para o português.

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