Relatório anual da IATA aponta redução no número de acidentes aéreos

Airbus A340 da Iberia

A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) divulgou os dados sobre o desempenho de segurança das companhias aéreas comerciais em 2021, que mostraram grandes melhorias em várias áreas, tanto em relação a 2020, quanto em comparação ao período de cinco anos, de 2017-2021. Os destaques incluem:

● Reduções no número total de acidentes, na taxa referente a todos os acidentes e fatalidades.

● Os membros da IATA e as companhias aéreas certificadas pelo IATA Operational Safety Audit (IOSA) (que inclui todos os membros da IATA) não tiveram acidentes fatais em 2021.

“A segurança é sempre a nossa maior prioridade. A forte redução no número de voos no ano passado em comparação com a média de 5 anos ampliou o impacto de cada acidente no cálculo das taxas. Porém, diante dos vários desafios operacionais que tivemos em 2021, o setor melhorou em várias métricas importantes de segurança. Além disso, está claro que temos muito trabalho pela frente para elevar todas as regiões e tipos de operações aos níveis globais de desempenho de segurança”, disse Willie Walsh, diretor-geral da IATA.

Risco de fatalidade

O aumento geral do risco de fatalidade para 0,23 em 2021 está relacionado ao aumento do número de acidentes fatais com aeronave turboélice. Houve um acidente fatal no ano passado e o risco de fatalidade de jatos em 2021 foi de 0,04 a cada um milhão de voos, uma melhoria em relação à média de 5 anos de 0,06.

O risco de fatalidade geral de 0,23 indica que, em média, uma pessoa precisaria pegar um voo todos os dias por 10.078 anos para se envolver em um acidente com pelo menos uma fatalidade.

IOSA – IATA Operational Safety Audit

IOSA é o padrão global utilizado pelo setor em auditorias de segurança operacional das companhias aéreas e um requisito para ser membro da IATA. Este padrão é usado por várias autoridades em seus programas de segurança regulatória.

  • Atualmente, 403 companhias aéreas possuem a certificação IOSA, incluindo 115 que não são membros da IATA.
  • Em 2021, a taxa referente a todos os acidentes das companhias aéreas com certificação IOSA foi mais de seis vezes melhor que a taxa das companhias aéreas sem certificação IOSA (0,45 versus 2.86).
  • A média de 2017-2021 das companhias aéreas com certificação IOSA foi quase três vezes melhor que a média das companhias aéreas sem certificação IOSA (0,81 versus 2,37). Todas as companhias aéreas associadas à IATA são obrigadas a ter a certificação IOSA.

“A contribuição do padrão IOSA para melhorar a segurança pode ser vista nos excelentes resultados das companhias aéreas com certificação IOSA, independentemente da região em que operam. Continuaremos a desenvolver esse padrão para apoiar um desempenho ainda melhor na segurança do setor”, disse Walsh.

Taxas de perda total da fuselagem de jatos

A taxa média global de perda de fuselagem de aeronave a jato diminuiu um pouco em 2021 em relação à média de cinco anos (2017-2021). Cinco regiões apresentaram melhorias ou nenhuma queda em comparação com a média de cinco anos.

Taxas de perda total da fuselagem de turboélices

Cinco regiões mostraram melhorias ou nenhuma queda na taxa de perda de fuselagem de aeronave turboélices em 2021, em relação à média de 5 anos. As únicas regiões que registraram aumentos em comparação com a média de cinco anos foram a CEI e a África.

Embora os setores atendidos por aeronaves turboélices representem apenas 10,99% do total de setores, os acidentes representaram 50% de todos os acontecimentos, 86% das ocorrências fatais e 49% das fatalidades em 2021.

“As operações com aeronave turboélices serão uma área de atenção para identificar meios de reduzir o número de incidentes envolvendo certos tipos de aeronaves”, disse Walsh.

Segurança na CEI

As companhias aéreas baseadas na CEI não sofreram acidentes fatais com aeronave a jato em 2021 pelo segundo ano consecutivo. Porém, houve quatro acidentes com aeronave turboélice. Três deles causaram 41 mortes, representando mais de um terço das fatalidades em 2021. Nenhuma das companhias aéreas envolvidas tinha certificação IOSA.

Segurança na África

As companhias aéreas da África Subsaariana sofreram quatro acidentes em 2021, todos com aeronave turboélices, três dos quais causaram 18 mortes. Nenhuma das companhias aéreas envolvidas tinha certificação IOSA. Não houve acidente com perda de fuselagem de aeronave a jato em 2021 ou 2020.

A prioridade da região da África é a implementação das normas e práticas de segurança (SARPS) recomendadas pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). No final de 2021, cerca de 28 países da África (61% do total) concluíram pelo menos 60% da implementação de SARPS. Além disso, será importante adotar uma abordagem de múltiplos grupos do setor em estados específicos para eliminar incidentes recorrentes.

Informações da IATA

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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