Repórteres perguntam a CEO se Aerolíneas vai entrar no grupo da Gol; ele foi enfático na resposta

Depois que Gol e Aerolíneas Argentinas ratificaram uma ampla parceria de compartilhamento de voos durante o evento da ALTA em Buenos Aires, a imprensa se aproximou para entrevistar o CEO da estatal argentina e perguntar se ele tem planos de ingressar no grupo ABRA, do qual a empresa brasileira e a colombiana Avianca fazem parte. A resposta do executivo, no entanto, foi enfática.

Relata o site Aviation Weekly que Pablo Ceriani, CEO da Aerolíneas, apenas respondeu que “é difícil pensar em algo assim”, citando a propriedade da companhia aérea pelo governo argentino.

Apesar da pergunta dos repórteres, que talvez tenham pensado nas sinergias entre as empresas, já que a Avianca ao norte, a Gol ao centro e a Aerolíneas ao sul, formariam um grupo forte na América do Sul para fazer frente à Latam, seria realmente difícil pensar na empresa estatal argentina privatizada novamente, principalmente por que o governo atual defende um estado mais amplo.

Uma Aerolíneas Argentinas privatizada certamente teria oportunidade de tornar-se lucrativa e não mais ser uma draga de recursos do Estado, que de tempos em tempos injeta centenas de milhões de dólares na deficitária estatal. Para isso, ela teria que enxugar sua estrutura (demitir), melhorar processos, otimizar a rede através das sinergias e parcerias, mas isso é tudo o que o governo não indica que quer, já que pouca coisa foi feita para melhorar a estrutura de custos e a companhia segue queimando dinheiro.

Dessa forma, a resposta “curta e grossa” (no sentido figurado, naturalmente) do CEO, apenas mostrou o que para muitos (talvez até para quem o indagou) era óbvio.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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