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Restrições da China prejudicaram a Cathay e deram espaço para a Singapore Airlines

A companhia aérea de bandeira de Hong Kong, a Cathay Pacific, foi seriamente prejudicada pelas medidas impostas por Pequim na pandemia.

Foto – DepositPhotos

Dados levantados pelo Financial Times apontam que a Singapore Airlines, de Cingapura, uma cidade-estado do sudeste asiático, está a menos de 750 mil passageiros por ano do que transportava antes da pandemia, com ações batendo recordes. Já a Cathay está com metade dos passageiros em relação a Singapore, e em torno de 55% menor que antes do coronavírus, com ações 40% abaixo dos níveis de 2019.

O motivo para tanta diferença de empresas com estratégias similares e que não operam voos domésticos, é simples: políticas de reabertura. O turismo em Hong Kong ainda está se recuperando, enquanto de Cingapura está em pleno vapor.

O governo chinês criou regras draconianas, como a que exigia que pilotos, mesmo vacinados, e com dois testes negativos, ficassem alguns dias em isolamento após o pouso em Hong Kong, inviabilizando o retorno das aeronaves e aumentando o custo com tripulação. Outra regra era de rastreamento de pilotos e comissários, praticamente uma tornozeleira eletrônica numa prisão domiciliar.

Por este motivo, a americana FedEx fechou sua base de pilotos e aeronaves em Hong Kong, após inúmeras reclamações dos aviadores que ficavam mais tempo em isolamento do que de fato trabalhando, e ainda longe de suas famílias.

O mesmo aconteceu na Cathay, que perde entre 10 e 15 pilotos ao mês. Desde o início da pandemia perdeu 1.800 aviadores e só conseguiu contratar 400 novos. O corte de salário foi mantido por um tempo maior que outras empresas mundo a fora, e o estresse gerado pelas regras rígidas da China fez com que os pilotos procurassem novas oportunidades.

Já a Singapore Airlines se beneficiou da política de Cingapura, que não exigia nada mais além de um teste negativo para conexões e visitantes eram exigidos adicionalmente apenas a vacina. Isto permitiu que a cidade-estado funcionasse como um hub de trânsito na Ásia, local ocupado antes por Hong Kong e outras cidades chinesas.

A empresa de economia mista de Cingapura, que é tida como a mais lucrativa de toda a história, tendo registrado seu primeiro prejuízo apenas por causa da pandemia, já anunciou que recontratou todos os pilotos demitidos, e que apenas uma pequena fração não quis voltar a trabalhar.

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