
Os comissários de bordo da American Airlines agora correm o risco de ser demitidos se contraírem COVID-19, após a companhia aérea com sede em Fort Worth retomar sua política de ausência e presença pré-pandemia, na última quarta-feira (15).
Assim como outras companhias aéreas dos EUA, a American Airlines adota uma polêmica política de pontos para controle de presença, na qual os comissários acumulam automaticamente pontos sempre que ficam doentes, tiram um dia pessoal ou se atrasam para um voo.
Quando um comissário acumula muitos pontos, ele pode ser sujeito a medidas disciplinares, ou até mesmo à demissão. Apenas dez pontos acumulados em um período de 12 meses consecutivos podem resultar na perda do emprego. Ficar doente durante períodos críticos, como o fim de semana do 4 de julho, resulta em pontos adicionais.
Contudo, durante a maior parte da pandemia e até 15 de janeiro, a American Airlines não emitia pontos para comissários que comprovassem que haviam sido contaminados pela COVID-19. Essa política foi agora revogada.
A partir de agora, os comissários de bordo só poderão evitar a emissão de pontos por COVID-19 caso solicitem uma licença médica ou se a Lei de Licença Médica e Familiar se aplicar, informou o PYOK.
Vale destacar que um teste positivo de COVID-19 não será suficiente para solicitar a licença médica, sendo necessário que o comissário obtenha um atestado profissional de um prestador de saúde.
Em 2022, a American Airlines tentou reimplantar a política de ausência pré-pandemia para a COVID-19, mas foi forçada a recuar após a variante Omicron BA.5 causar um aumento nas infecções.
A Associação de Comissários de Bordo Profissionais (APFA), que representa os membros da tripulação da American Airlines, já havia contestado a política de presença da companhia, argumentando que ela incentivava os comissários a irem trabalhar doentes, potencialmente contaminando colegas e passageiros vulneráveis.
As leis estaduais de licença médica podem oferecer mais proteção aos comissários, embora as companhias aéreas dos EUA estejam contestando essas normas nos tribunais, alegando que as regras federais prevalecem sobre as estaduais.
Recentemente, um influente grupo de lobby de companhias aéreas entrou com uma ação judicial contra o estado de Minnesota, questionando uma lei de licença médica, que, segundo eles, incentiva os comissários de bordo a irem trabalhar doentes.
A lei de Minnesota proíbe as companhias aéreas de atribuir pontos de presença ou exigir atestados médicos de empregados que tirem até 48 horas de licença protegida.
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