Rival do Embraer 175, jato japonês SpaceJet tem novo atraso de 1ª entrega confirmado

A Mitsubishi Heavy Industries, controladora da Mitsubishi Aircraft Corporation, confirmou relatos anteriores da mídia de que a primeira entrega de seu jato comercial SpaceJet M90, anteriormente denominado MRJ90, foi adiada para depois de março de 2021.

Avião Mitsubish SpaceJet M90
Mitsubish SpaceJet M90 – Imagem: Matti Blume [CC]

A “primeira entrega comercial do SpaceJet deve ocorrer no ano fiscal de 2021 ou mais tarde”, disse a gigante industrial japonesa em seu relatório financeiro do terceiro trimestre, segundo reportou o ch-aviation. No total, o programa já está atrasado em cerca de oito anos.

O ano fiscal japonês de 2021 começa em abril de 2021 e termina em março de 2022. Dessa forma, o anúncio sinaliza um atraso de pelo menos nove meses em relação ao cronograma anterior, que previa a entrega do primeiro M90 à companhia aérea japonesa ANA em meados de 2020.

A fabricante disse que o programa SpaceJet acumulou uma perda de $174,6 bilhões de ienes (US$ 1,6 bilhão) entre abril e dezembro de 2019.

O presidente da Mitsubishi, Seiji Izumisawa, disse durante uma conferência de imprensa que a quinta aeronave SpaceJet foi concluída em janeiro e iniciará voos de teste ainda nesta primavera (corresponde ao outono no Brasil). A conclusão da unidade foi atrasada pela necessidade de redesenhar a fiação e outros sistemas.

As outras quatro aeronaves já estão em processo de certificação nos Estados Unidos, nas instalações da Mitsubishi em Moses Lake.

O SpaceJet

Avião Mitsubishi MRJ
O SpaceJet M90, quando ainda se chamava MRJ90

Composta inicialmente por dois modelos, SpaceJet M90 (anteriormente denominado MRJ90) e o novo membro M100, a família tem o objetivo de criar uma nova experiência de usuário em voos regionais, com muito mais eficiência de custos para as operadoras.

Espera-se que os jatos ofereçam cabines mais espaçosas, para 65 a 88 passageiros, desenhadas para fidelizar os clientes. Segundo a fabricante, a família buscará uma melhoria de performance de dois dígitos percentuais (mais de 10% de redução de custos), quando comparada a outras aeronaves da mesma categoria.

A cabine foi desenhada para ser mais alta e larga, permitindo mais espaço em bagageiros e reduzindo a quantidade de bagagens despachadas, o que é um benefício a uma grande parcela dos viajantes a negócios.

O principal foco é o mercado norte-americano e, por isso, a Mitsubishi adaptou seu projeto às necessidades e requerimentos das empresas regionais dos Estados Unidos, ou seja, criou uma configuração especial com três classes de serviço, de forma a limitar a ocupação a 76 assentos, uma regra das regionais de lá.

Além disso, apesar de ter um alcance menor do que seus concorrentes, como o E175, por exemplo, a japonesa aposta na economia para que emplaque seu modelo no mais competitivo mercado do mundo.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias