Rússia diz que a queda do voo MH17 não pode ser considerada um ataque terrorista

Foto: Anadolu

O representante russo no tribunal da ONU, Gennady Kuzmin, afirmou que “o acidente com um Boeing 777 na Ucrânia em julho de 2014 não pode, em hipótese alguma, ser considerado um ato terrorista, como o lado ucraniano está tentando apresentar no Tribunal Internacional de Justiça”.

De acordo com Kuzmin, as evidências ucranianas de que o voo MH17 foi abatido pelo sistema de defesa aérea russo Buk são inconclusivas e baseadas em dados falsos.

“A Ucrânia também falhou em provar motivos terroristas para o MH17”, observou ele. “Pelo contrário, até mesmo o Tribunal Distrital de Haia, que mostrou um claro viés e foi favorável à Ucrânia, concluiu que neste caso havia nenhuma intenção de abater uma aeronave civil e que o Buk foi usado para proteger o espaço aéreo. O tribunal, o escritório do promotor holandês e a Equipe de Investigação Conjunta concordaram que neste caso não há indicação de terrorismo ou crime de guerra.”

Como apontou o representante da Federação Russa, os argumentos do lado ucraniano de que o sistema de defesa aérea Buk é uma arma indiscriminada não resistem ao escrutínio. “Essas afirmações são absurdas, pois o sistema de defesa aérea Buk é uma arma moderna de alta precisão projetada para a destruição pontual de certos alvos e é capaz de distinguir entre aeronaves civis e militares”, enfatizou.

Kuzmin também chamou a atenção para o fato de que “a Ucrânia decidiu não fechar o espaço aéreo sobre a zona de conflito para aviões civis, o que se encaixa no quadro geral do uso ativo de alvos civis pela Ucrânia como escudo humano para proteger suas próprias forças armadas”.

Em 16 de janeiro de 2017, a Ucrânia entrou com uma ação na Corte Internacional de Justiça na qual acusou a Rússia de violar a Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo e a Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. As audiências sobre o mérito do caso são realizadas de 6 a 14 de junho.

No processo, o lado ucraniano apresenta o caso de forma que os ofensores ao voo malaio sejam consideradas organizações terroristas e que a Rússia os financiou, inclusive fornecendo armas com as quais o voo MH17 foi abatido. Um tribunal holandês já julgou alguns dos envolvidos, culpando-os pelo caso, embora ninguém tenha sido preso.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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