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Rússia diz que posição da ICAO sobre desvio do voo da Ryanair é proconceito anti-bielorrusso

Divulgação – Ryanair

As conclusões do relatório final da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) sobre o incidente com a aeronave Ryanair são de natureza anti-bielorrussa, segundo o Departamento de Informação e Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

“Em geral, o relatório e a decisão são francamente anti-bielorrussos por natureza. Tem-se a impressão de que o único objetivo da investigação não era estabelecer os fatos, mas encontrar maneiras de acusar a República da Bielorrússia. Lamentamos que um estudo objetivo e aberto da situação, defendido pela Federação Russa e pela República da Bielorrússia, não tenha funcionado“, disse Ivan Nechaev, porta-voz do Ministério.

Nechaev destacou que o representante da Federação Russa no Conselho da ICAO expressou desacordo com as conclusões do relatório.

“Os especialistas têm sérias dúvidas sobre a objetividade do relatório, que agora lista uma fonte anônima como se fosse um controlador de tráfego aéreo, usa gravações de áudio não verificadas, ignorando as informações fornecidas pelas autoridades bielorrussas”, acrescentou.

O diplomata também observou que o Conselho da ICAO mais uma vez se recusou a considerar a questão levantada por Minsk sobre a ilegalidade das restrições impostas pela União Europeia contra a indústria da aviação bielorrussa, sua discussão sob pretextos forçados foi novamente adiada.

De acordo com Nechaev, a ICAO “assinou sua própria incapacidade de defender uma posição independente, sacrificando sua reputação de órgão especializado em aviação às ambições do Ocidente”. Como destacou o diplomata, a Rússia está convencida de que a aviação civil internacional e a ICAO não devem se tornar um instrumento de pressão política ou de luta contra governos questionáveis. “Há cada vez menos esperança de que este apelo seja ouvido no Ocidente”, concluiu.

Fundo

Um avião da Ryanair em rota de Atenas para Vilnius pousou no aeroporto de Minsk em 23 de maio de 2021, após relatos de um dispositivo explosivo a bordo, segundo os bielorrussos. Depois que o avião pousou, o passageiro Roman Protasevich, procurado pelas autoridades bielorrussas, um dos fundadores do canal Nexta Telegram reconhecido como opositor do governo. Ele foi detido e uma cidadã da Federação Russa Sofia Sapega também foi detida.

Após este incidente, a União Europeia proibiu as companhias aéreas bielorrussas de operar voos para os aeroportos da comunidade e sobre o seu território, e também recomendou que as transportadoras europeias se recusassem a voar no espaço aéreo da Bielorrússia. 

A ICAO concluiu em seu relatório que a informação sobre a presença de uma bomba a bordo da aeronave era deliberadamente falsa. Minsk afirmou que o documento é categoricamente inaceitável e desacredita a ICAO. 

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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