Depois de alguns meses de embate de ideias com o governo húngaro, a empresa aérea low-cost europeia Ryanair decidiu cancelar oito rotas saindo de Budapeste por causa do novo imposto a ser recolhido pelas companhias aéreas, que varia de 10 a 25 euros por passageiro
Segundo o governo do presidente Viktor Orbán, o novo imposto faz parte dos esforços para combater a inflação no país. Além disso, pela lei, tal taxa extra não pode ser repassada aos passageiros e isso deixaria a Ryanair com uma margem financeira muito pequena – a empresa aérea tem nos preços baixos seu principal argumento de venda.
Cita a imprensa húngara que a decisão pelo cancelamento das rotas partiu do presidente-executivo, Michael O’Leary, que chamou a medida do governo de “estúpida e ilógica”. A escolha da low-cost também veio depois que o governo de Budapeste a multou em US$ 750.000 por repassar os custos da taxa aos passageiros.
O’Leary também classificou como “bizarra” e “idiota” essa imposição sobre os alegados “lucros excessivos das companhias aéreas”. Para ele, as alegações do governo da Hungria não fazem sentido, num momento em que as empresas que sobreviveram à pandemia agora enfrentam um preço recorde no combustível e ainda têm de lidar com a inflação.
“Lamentamos esses cortes de rotas e voos que são causados apenas pela decisão estúpida e ilógica do governo húngaro de impor “lucros excedentes” a uma indústria aérea deficitária, o que agora torna os voos de e para a Hungria mais caros e menos competitivos”, comentou O’Leary no comunicado.
Ele acrescentou que todos os passageiros húngaros afetados pelo fechamento de rotas e cortes de frequência receberão notificações por e-mail nos próximos dias oferecendo reembolsos ou voos alternativos.