O chefe da companhia aérea de baixo custo Ryanair, Michael O’Leary, elevou as apostas dizendo que poderia ficar sem o Boeing 737 MAX 10, caso as negociações com a Boeing não progridam, informou o site parceiro Aviacionline.
O’Leary, disse que se reuniria com a Boeing em abril. “Temos que esperar até que o fabricante esteja em um momento meio zen para falar sobre o MAX 10. Por enquanto eles estão lidando com atrasos na entrega, problemas com o 777X, incógnitas no design e na certificação do MAX 10; têm muitas dificuldades”, disse à Reuters
“Embora eu tenha errado muitas vezes na minha vida, estou muito feliz com onde estamos hoje: temos 210 entregas para os próximos cinco anos”, disse o gestor, conhecido no setor por sua franqueza e declarações controversas.
A Ryanair abandonou as negociações com a Boeing no ano passado, na qual procurava adquirir 200 unidades do 737 MAX 10, acusando a fabricante de estar “iludida” com os preços. Embora a Boeing geralmente não responda diretamente às declarações de O’Leary, a empresa repetiu em mais de uma ocasião que “está comprometida em apoiar seu parceiro, mas continuará sendo disciplinada” em suas decisões de negócios.
O’Leary costuma usar suas declarações à imprensa como “alavancagem” para obter descontos nas unidades que compra. Com estas últimas declarações, somadas às de alguns dias atrás em que apontou que “a Boeing tem de começar a lutar e recuperar a participação de mercado que perdeu para a Airbus”, ele espera se beneficiar de alguma atenção que a Boeing possa ter para sua empresa.
A Ryanair tem sido historicamente um dos maiores clientes da Boeing, operando uma frota de tipo único composta exclusivamente por aeronaves da família 737, nas suas variantes NG e MAX. Devido ao volume de encomendas que costuma fazer e à eloquência do seu CEO, é normal que o grupo obtenha unidades a preços muito abaixo do valor padrão de mercado.
