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Por causa de 90 segundos, voo é desviado 250 km quando estava prestes a pousar no destino

Boeing 737 MAX 200 – DepositPhotos

Na noite do último domingo, 5 de janeiro, um voo da Ryanair entre Gran Canaria, na Espanha, e Berlim, na Alemanha, teve um final inesperado devido ao rigoroso regulamento de voo noturno em Berlim.

O voo FR2501, que deveria aterrissar no Aeroporto de Berlim Brandenburg (BER) às 22h50, acabou sendo desviado para Hannover, a 250 quilômetros de distância, após uma espera adicional e uma tentativa frustrada de pouso.

O voo, que deveria partir às 19h40, sofreu um atraso de 1 hora e 20 minutos, tornando a situação ainda mais delicada para os passageiros. O motivo do desvio foi o estrito regulamento de voo noturno em Berlim, que proíbe a chegada de voos comerciais após a meia-noite. Por causa disso, a aeronave não conseguiu aterrissar a tempo.

A situação se tornou crítica quando, por volta das 23h59, o Boeing 737 MAX 200, de matrícula 9H-VUR, estava a apenas 410 metros de altura, prestes a aterrissar no aeroporto de Berlim. Contudo, devido ao horário, a tripulação foi obrigada a abortar a aterrissagem a apenas 3,7 km do aeroporto. O voo, então, foi redirecionado para Hannover e pousou com sucesso às 00h36.

Imagem: AirNav Radar

Em declaração à aeroTELEGRAPH, a Ryanair explicou que o voo teria chegado 90 segundos após a meia-noite, ou seja, fora do horário permitido para pousos no BER. Como alternativa, os passageiros foram transportados de ônibus para Berlim, com uma viagem de aproximadamente três horas.

Este caso não é isolado. Em julho de 2024, um voo da Eurowings também enfrentou dificuldades semelhantes ao ser desviado para Hannover, quando estava a apenas 90 metros de altura, exatamente às 00h00, forçando a tripulação a desviar para outra cidade. Na ocasião, uma passageira relatou que o piloto informou que estavam apenas dez segundos atrasados para o horário limite.

Esses episódios destacam a rigidez das regras de voo noturno em Berlim. A implementação dessas normas visa a garantir o descanso dos moradores da região, mas, por outro lado, tem causado transtornos a passageiros e companhias aéreas que enfrentam imprevistos com atrasos nos voos.

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Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.