Na contramão da crise da aviação mundial, a companhia irlandesa de baixo custo Ryanair planeja impulsionar as operações no pós-pandemia com um novo pedido do B737 MAX. A informação foi confirmada à imprensa pelo CEO do grupo Ryanair, Michael O’Leary, que vê uma janela de oportunidade na transformação do mercado causada pela COVID-19.
Segundo informações divulgadas pelo jornal irlandês Independent, o empresário declarou que mantém negociações com a Boeing para a aquisição do novo modelo MAX 10, o maior avião da família B737. A encomenda dever ser oficializada até o fim deste ano.
De acordo com a Agência Reuters, a Ryanair sugeriu à Boeing que os novos MAX 10 façam parte de um pacote de compensação pelas perdas sofridas pela companhia como resultado da proibição global de voos comerciais do 737 MAX, em março de 2019. A companhia já tem um pedido de 210 unidades B737MAX 8, cuja fabricação está suspensa. Após a re-certificação do B737MAX, a companhia pode receber até oito unidades por mês.
O’Leary acredita que as grandes companhias da Europa irão sofrer um impacto muito grande causado pela queda da demanda durante a crise e que empresas de baixo custo, como a Ryanair, podem se recuperar mais rapidamente para assumir as brechas no mercado abertas pelas concorrentes. “Nossos rivais reduziram uma enorme quantidade de capacidade. O cenário competitivo está ficando mais fácil”, disse o executivo.
Apesar do otimismo de Michael O’Leary, a Ryanair também passa por momentos muito difíceis. A companhia reduziu a meta anual de passageiros em 10 milhões de usuários, tornando-se a última empresa aérea europeia a sinalizar mais cortes de capacidade, à medida que novas ondas de COVID-19 surgem e as restrições de viagens permanecem. A low-cost deve fechar bases na Europa e reduzir outras para enfrentar a crise, admitiu o CEO para a Reuters.