SAFE lança um diferente modelo de negócio para escolas de aviação no Brasil

Imagem: SAFE Escola de Aviação

Conforme anunciado pelo AEROIN, a start-up brasileira SAFE Escola de Aviação revelou, em evento neste mês de junho, a compra de 60 aeronaves MC01 da Montaer. O objetivo é a eletrificação (troca do motor convencional por elétrico) deste modelo monomotor, até 2025, para a redução de emissões de carbono de sua frota de instrução de voo.

Mas a revelação das ambições para fortalecer o compromisso com o meio ambiente e o anúncio da grande compra das aeronaves, através de um memorando de entendimento de 10 anos, foram acompanhados da divulgação de um interessante e diferenciado plano de expansão em território nacional e ampliação do foco em segurança na instrução de seus pilotos.

Atualmente, a SAFE conta com apenas uma unidade, que se localiza nas dependências do Aeroporto Internacional de São José dos Campos e possui uma alta estrutura para os alunos que almejam ingressar para se tornarem pilotos.

Neste ano, a start-up já planeja o aumento de bases em duas localidades no estado de São Paulo. Em agosto, o ensino chega à capital paulista, onde ficará baseada no Aeroporto Campo de Marte. Já a segunda unidade ficará em Campinas, com inauguração prevista para o mês de novembro, junto à entrega de mais um MC01.

Mas este movimento é só o começo de um projeto diferenciado.

Modelo de negócio padronizado ao estilo ‘franquia’

O novo modelo de negócio para a expansão da SAFE, cuja meta é chegar rápido a todo o Brasil, surpreende pela facilidade de implantação sem perder a qualidade de ensino e segurança, que a empresa tem como missão e valores.

Assemelhando-se com um modelo de franquia, para os interessados em adquirir uma unidade em determinada localidade a SAFE entregará um contêiner com toda a estrutura física e um avião Montaer MC01, dentro do plano de recebimento dos 60 encomendados para a instrução, além do compartilhamento da metodologia exclusiva da empresa. Como requisito, a escola pede 16 sócios para iniciar cada nova unidade do negócio.

Para garantir todo o gerenciamento da nova unidade, assegurando qualidade e a segurança dos voos, haverá um Comandante de Base, geralmente oriundo da aviação comercial, treinado pela escola e responsável pelos padrões impostos pela start-up.

Já na manutenção das aeronaves, o time de técnicos da SAFE baseados em São José dos Campos auxiliará as demais unidades que não tenham a mesma experiência, usando tecnologia assistida com o Google Glass.

Na segurança de voo, a SAFE contará com o ‘MOQA and FOQA Program’ (Programa de Garantia de Qualidade Operacional de Manutenção e de Garantia de Qualidade Operacional de Voo).

Como requisito à Montaer, as aeronaves contarão com o Sistema Eletrônico de Instrumentos de Voo (EFIS), em que a escola poderá ter um grande banco de dados com mais de 1.000 parâmetros gravados.

Com isso, será desenvolvido um padrão de informações tanto para o voo quanto para a manutenção, assegurando ainda mais a segurança.

Além do sistema EFIS, os tablets a bordo das aeronaves continuarão gravando os voos de instrução para serem posteriormente auditados pelos mentores e usados de forma instrutiva para os alunos. A metodologia será replicada às demais unidades pelo país, garantindo um padrão.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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