Os problemas na pista de Fernando de Noronha têm afetado várias pessoas, mas um casal foi especialmente impactado, já que não terá um sonho realizado, ao menos por agora.
Após a ANAC determinar a proibição de pouso de jatos em Fernando de Noronha, apenas a Azul continuou a operar para lá, já que tem aviões turboélice ATR 72-600 em sua frota.
Com a redução na capacidade dos aviões da Azul e sem voos da Gol, a ilha começa a sofrer com algum desabastecimento, mas este é apenas um dos problemas. Por outro lado, milhares de planos tiveram que ser alterados. Um exemplo disso é um casal que pode perder até R$80 mil reais por um casamento que está agendado para o próximo sábado.
Os noivos Rosania Vargas e Felipe Demarco, do Rio de Janeiro, tinham planejado o casamento já há algum tempo e convidaram 40 pessoas para a cerimônia na ilha paradisíaca, que é um dos destinos favoritos de casais brasileiros.
Segundo disseram ao g1, a passagem deles e de maioria dos convidados foi comprada pela Gol e tinha embarque programado para a cerimônia no dia 29 deste mês, próximo final de semana. No entanto, eles alegam que não têm conseguido uma resposta satisfatória da companhia aérea e terão que adiar a festa.
O adiamento acabou sendo a única opção, já que o cancelamento dela daria um prejuízo de R$80 mil para o casal, que também teria que arcar com os custos de uma nova festa de casamento no futuro. Rosania afirmou que entrou em contato com a Gol várias vezes e a empresa chegou a falar que tentaria uma acomodação com a Azul, mas que não foi possível.
O relato se soma ao de outros passageiros, que enviaram também ao AEROIN seus testemunhos pessoais, também citando que a Azul não tinha mais espaço para acomodar os viajantes da Gol de maneira imediata.
Para se ter uma ideia, apenas para cobrir os voos da Gol, seriam necessários 4 voos de ATR 72 em cada sentido, totalizando 8 trechos por dia. A Azul já colocou dois voos extras para Noronha e reabriu as vendas, mas a capacidade de assentos é limitada, já que o turboélice leva quase a metade de passageiros dos jatos que operavam na ilha.
A Gol informou ao g1 que “está oferecendo todas as facilidades para os passageiros, conforme as necessidades de cada caso e dentro das possibilidades de reacomodação em companhia congênere“.
No entanto, a única opção é mesmo a Azul, já que a própria Gol disse que não estão previstos novos voos da VOEPASS para a Ilha – apenas um voo foi realizado para resgatar passageiros da GOL, os quais estavam presos no local. Ainda assim, a empresa afirmou que os passageiros “podem remarcar suas viagens, pedir crédito ou reembolso no site ou central de atendimento da Gol”.
A paralisação de voos na Ilha pode durar até um ano, dada a complexa logística de levar pessoal e equipamento de reparo para lá. Além disso, é necessário ter autorização especial para voar para o Arquipélago.