A Inteligência ucraniana mandou prender o presidente da indústria de motores de aviões ucraniana Motor Sich, Vyacheslav Boguslaev, sob acusação de estar colaborando com a ação russa na invasão ao seu país. O executivo teria trabalhado para enviar remessas de motores para a Rússia de maneira clandestina.
As primeiras suspeitas surgiram quando motores de sua empresa foram encontrados em helicópteros abatidos durante a guerra. Uma investigação foi iniciada, que culminou em um comunicado emitido esta semana pelo Serviço de Segurança da Ucrânia, dando conta da participação de Boguslaev no esquema.
A exportação ilegal, no entanto, não teria se dado direto para a Rússia, mas teria usado intermediários no Oriente Médio, por exemplo. As remessas também não teriam sido recentes, mas sim ao longo dos últimos anos, mas sem contar com a aprovação expressa do governo ucraniano, o que é um requerimento previsto em lei.
Os motores enviados seriam usados em helicópteros Mi-8, Mi-24, Mi-28 e Ka-52. Curiosamente, a fábrica da Motor Sich em Zaporizhzhia foi bombardeada pela Rússia.
Equipe defende o presidente
Segundo uma matéria da agência estatal russa TASS, a equipe da fábrica Motor Sich, dirigiu-se ao presidente, ao Serviço de Segurança da Ucrânia e à Verkhovna Rada com uma carta em defesa do presidente da empresa. Os autores da carta acreditam na inocência de seu líder, que se preocupa “com o futuro brilhante” da Ucrânia, “a indústria aeronáutica doméstica, o destino da empresa e todos os fabricantes de motores”.
Na segunda-feira, o Tribunal Shevchenkovsky em Kiev colocou Boguslayev sob prisão por dois meses, assim como Oleg Dzyuba, chefe do departamento de atividade econômica estrangeira da Motor Sich, que enfrenta acusações semelhantes.
As autoridades ucranianas publicaram gravações de áudio das conversas telefônicas de Boguslayev, supostamente confirmando sua cooperação com a Rússia.
