O Sindicato de Pilotos da Air France, o Syndicat Alter, alertou ao Ministério dos Transportes francês sobre a fadiga crônica e a depressão que os tripulantes da companhia aérea vêm enfrentando ao longo do tempo.
Em uma carta aberta, divulgada em seu perfil no Twitter, o sindicato alega que o presidente-executivo do Grupo Air France, Benjamin Smith, está ambicioso em atingir as metas, apesar dos avisos de que a segurança dos voos pode ser prejudicada com seu desejo pessoal.
Durante a temporada de verão europeu, a companhia não precisou reduzir sua programação de voos, como fizeram as demais empresas, no entanto, o sindicato alerta que o “ambicioso programa de recuperação” está sendo mantido apesar da escassez de pessoal, incluindo pilotos e comissários de bordo.
Como resultado, o sindicato alega que as viagens estão sendo construídas até os limites das regras de segurança pan-europeias, e que os voos estão sendo operados com número reduzido de tripulantes, com períodos mínimos de descanso, deixando uma margem para riscos operacionais que comprometem a segurança dos voos.
Segundo o sindicato, a consequência mais visível dessas práticas é o indício de fadiga crônica entre os pilotos. Além disso, cerca de 10% dos pilotos também relataram estar em estado de depressão, acendendo um alerta preocupante.
“O aumento do estresse entre os funcionários é real, alimentado por um clima de ansiedade criado pela gestão, que passa o tempo explicando que estamos à beira do abismo apesar dos bons resultados”, comentou Alexandre Rio, presidente do Alter.
Em resposta às acusações do sindicato, a Air France comentou que a segurança de seus funcionários e passageiros continua sendo sua prioridade máxima e que cerca de 700 pilotos seriam recrutados até dezembro. Além disso, acrescentou que o horário de trabalho dos pilotos da Air France permaneceu abaixo de seus pares em outras operadoras.
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