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Sindicato conversa com a Petrobrás sobre situação dos voos para as plataformas petrolíferas

Táxi aéreo Offshore – Imagem ilustrativa / Aeroporto de Maricá

Na última quinta-feira (26), o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro – Sindipetro-RJ participou de uma reunião com a representação da Petrobrás (Logística de voos e RH) para tratar do problema que envolve os voos para plataformas e como isso afeta os diretos dos trabalhadores. Sindicato cobra explicações diante da falta de gestão da situação.

No início da reunião, o Sindipetro-RJ, através de seus diretores Helayne Segatto, Marcos Dias, Mateus Ribeiro, Natália Russo e Vinicius Camargo, cobrou a falta de aeronaves, os recorrentes atrasos e os cancelamentos de voos, explicando que a piora no planejamento dos embarques e desembarques afeta psicologicamente os trabalhadores, tendo reflexos nos direitos dos mesmos.

O Sindicato apontou ainda que os trabalhadores enfrentam problemas por conta das horas excedentes que estão sendo acumuladas, não havendo orientação do RH da empresa sobre o que fazer, assim como situações que envolvem reembolsos de estadia e alimentação. Há também a precariedade da estrutura de aeroportos, desde a falta de cadeiras até banheiros.

Na primeira parte do encontro, o representante da logística de voos, Alex Murteira Celen, apresentou justificativas sobre a situação da precariedade de voos que transportam os petroleiros para plataformas, a partir dos aeroportos de Jacarepaguá e Cabo Frio. São atrasos e cancelamentos que estão prejudicando a programação de quem atua na Bacia de Santos e na base do Sindipetro-RJ, no Campo de Búzios.

COVID-19, Ucrânia e o clima

Os argumentos apresentados pela representação da empresa envolvem a demissão em massa de pilotos e copilotos por conta da pandemia da COVID-19, que resultou também em fechamento de fábricas de peças.

A explicação sobre a guerra da Ucrânia é de que a maioria dos fabricantes das aeronaves está localizada na Rússia e na própria Ucrânia, e que a guerra diminui a oferta de equipamentos e peças para reposição.

O representante disse que 25% da frota de helicópteros está no chão por falta de peças, que em determinados momentos há picos de 35% de indisponibilidade, que o problema não é a limitação de voos e aeroportos, mas sim de falta de aeronaves.

A empresa ainda justificou a situação a partir também da instabilidade climática.

Sobre a questão do monitoramento noturno das aeronaves, ele apontou que o SILEP está próximo de entrar em turno de 24h. Com a entrada, segundo ele, será resolvida a situação de saídas do Rio de manhã, para um voo que logo mais será cancelado.

Segundo a Petrobrás existem atualmente 75 aeronaves contratadas, sendo que a empresa encaminha licitações para contratação de mais equipamentos, com previsão de 93 até dezembro de 2023, com os contratos pagando por hora voada, não por disponibilidade de voo.

Murteira informou que atualmente a Petrobrás está fazendo estoque de peças, pois o processo de fornecimento está praticamente jus-in-time, por conta da crise de fornecimento. E que, além disso, o suprimento das aeronaves é com as empresas privadas.

Em relação à segurança dos helicópteros, existe um software que faz o monitoramento das condições de segurança de cada aeronave.

A representação do Sindipetro PA/AM/MA/AP denunciou que trabalhadores que embarcam para Urucu dormem no aeroporto, dadas as longas esperas. Além disso, o sindicato relata que a empresa Voepass retira aeronaves, que estão em estado precário, a serviço da Petrobrás, para direcioná-las para voos comerciais.

Alex Murteira Celen ainda reconheceu a precariedade dos aeroportos, citando o Aeroporto de Jacarepaguá, privatizado e que agora pertence ao grupo XP, e que vai averiguar a situação de Urucu.

Horas extras, reembolsos, entre outros problemas motivados pelos atrasos e cancelamentos

Já na parte final, sobre os temas que envolvem o RH, dentro do contexto do problema dos voos, o representante da Petrobrás, Jonathan Xisto de Oliveira, tomou como anotações as demandas apresentadas pelo Sindipetro-RJ que envolvem o pagamento de horas extras; conversão de banco de horas; problemas com hotéis; reembolso de passagens e alimentação; extensão do acordo que limita a 4h de espera de embarques, como ocorre nas bases do LP e NF, para o RJ; problemas com horários de saída do EDHIB; logística de desembarque, entre outros pontos.

Conforme as questões abordadas pelo sindicato, o RH informou que vai apresentar respostas em uma reunião local com o RH de Búzios.

Informações do Sindipetro-RJ

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