Sindicato defende que piloto único e excesso de automação são riscos para a segurança dos voos comerciais

Imagem: Dall-E

Dando continuidade à campanha “Segurança de Voo Começa com 2” (Safety Starts With 2), o Sindicato Nacional dos Aeronautas alerta para mais um fator que pode ser considerado prejudicial à segurança operacional nos voos comerciais: a dependência excessiva na automação.

Um dos principais argumentos dos defensores das operações com piloto único para a redução no número de tripulantes é justamente o avanço das novas tecnologias. O SNA já alertou anteriormente que a IA (Inteligência Artificial) não é capaz de substituir um dos pilotos, principalmente porque possíveis falhas no sistema podem ser detectadas e eliminadas por operadores humanos, algo que não seria possível com o uso da IA.

É inegável que o surgimento de novas tecnologias modernizou e melhorou a eficiência e o conforto das atividades diárias de seus usuários, inclusive no transporte aéreo. Mas essa tecnologia interconectada também leva a uma enorme quantidade de novas vulnerabilidades e explorações em potencial que tornam o ataque cibernético um risco real, especialmente na aviação civil.

No entanto, o aumento da dependência da automação por parte da tripulação pode acarretar em riscos à segurança operacional. Embora este tipo de tecnologia tenha contribuído para os atuais níveis de segurança da aviação comercial, ela apresenta vulnerabilidades e ainda está longe de substituir o segundo piloto sem afetar a segurança.

Usados em excesso na cabine de comando de uma aeronave, os sistemas autônomos podem interferir negativamente no desempenho do piloto. Quando eventos inesperados que requerem intervenção humana ocorrem, os pilotos que vêm usando piloto automático por um longo período de tempo podem ter dificuldade em fazer a transição de volta ao voo manual.

O uso de sistemas de conexão em rede, acesso a serviços de voo pela web, entretenimento a bordo, armazenamento e compartilhamento de dados em nuvem, conectividade através de dispositivos móveis e serviços de sistemas de navegação aérea já implica em uma enorme quantidade de novas vulnerabilidades e explorações em potencial que tornam o ataque cibernético um risco real.

Informações do SNA

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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