O Brasil registrou 2.535 casos de incidentes SAR (sigla do inglês Search and Rescue – Busca e Salvamento) em 2023. Os números constam no Anuário SAR elaborado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e referem-se especificamente aos casos com a participação da Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo o DECEA, o relatório aponta ainda que 73 vítimas foram resgatadas com vida com a participação da FAB. Do total de 2.535 casos registrados, 2.511 foram resolvidos nas buscas por comunicações e 24 envolveram operações de buscas com o emprego de 651 horas de voo ao longo do ano.
O anuário ressalta também que o Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC) recebeu 1.342 sinais de alerta, dos quais 28 foram reais, 935 foram sinais falsos de alerta e 379 indeterminados.
O Brasil ocupa destaque no cenário internacional do programa, embora o obstáculo cultural dos falsos alertas. Um fator responsável por esses números é o acionamento equivocado das balizas de emergência (Transmissores Localizadores de Emergência – ELT e EPIRB), equipamentos embarcados na grande maioria das aeronaves e embarcações que são acionados em casos de emergência por uma ação voluntária ou por um impacto sofrido. O sinal captado por satélites é transmitido aos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (SALVAERO) através do Centro Brasileiro de Controle de Missão.
Segundo o Chefe da Divisão de Busca e Salvamento (DSAR) do Subdepartamento de Operações do DECEA, Major Aviador Bruno Vieira Passos, antes de acionar recursos para uma operação de busca e salvamento, o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico deve tomar uma série de ações preliminares para garantir a resposta mais rápida e eficaz possível. “Essas ações ocorrem principalmente durante a fase de incerteza, onde ainda não há confirmação de perigo iminente, mas é necessário preparar-se para uma possível escalada do incidente”, explica o Oficial.
As missões de busca e salvamento realizadas pela FAB acontecem sobre todo o território nacional, sobre o mar territorial e ainda em uma ampla área de águas internacionais do Atlântico. Por força de tratados internacionais, o Brasil é responsável por essas missões em uma área de mais de 22 milhões de km², quase três vezes a extensão continental do País (de 8,5 milhões de km²).
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