Sob sanções, Irã cria simulador de voo caseiro para treino de pilotos de A320

Devido a sanções, o Irã não pode comprar equipamentos de treinamento de pilotos de empresas ocidentais. Por isso, decidiu construir o seu próprio simulador de aeronaves Airbus A320.

Foto de Anna Zvereva via Wikimedia Commons

A República Islâmica do Irã encontrou uma maneira de resolver pelo menos um dos problemas resultantes das sanções que lhes são impostas. Segundo o governo local, um laboratório estatal desenvolveu seu próprio simulador de voo para aeronaves da família Airbus A320. 

A apresentção do simulador “doméstico” aconteceu no sábado. 18 de janeiro, na presença da vice-presidente da Ciência e Tecnologia Sorena Sattari. Segundo ele, o equipamento é “comparável em qualidade e características aos produtos estrangeiros”.

Segundo o Mehr News, graças ao novo dispositivo, os custos diretos e indiretos do treinamento de pilotos podem ser reduzidos em 90%. Além disso, os gastos em moedas estrangeiras serão reduzidos.

Irã
O simulador e voo caseiro da Iran Air

Sanções ao Irã impedem compras ocidentais

Desde a revolução islâmica de 1979, os Estados Unidos mantém sanções cada vez mais duras sobre o Irã. Foi assim até o final do governo de Barack Obama, quando essas sanções foram levemente afrouxadas, permitindo que o país se lançasse às compras de novas aeronaves para suprir suas empresas aéreas locais, sobretudo a estatal Iran Air.

A empresa então colocou um grande pedido junto a Airbus e a ATR, mas não conseguiu receber todas as aeronaves. Após a assunção de Trump, novas sanções foram colocadas e o contrato teve de ser cancelado. Ainda assim, deu tempo da empresa receber 16 aeronaves entre 2017 e 2018.

Originalmente, a companhia aérea estatal havia encomendado centenas de jatos e precisava deles com urgência, pois sua frota está irremediavelmente desatualizada após décadas de embargos.

No entanto, esses planos foram abruptamente interrompidos pelas sanções americanas, que proibem as empresas ocidentais de entregar seus produtos ao país islâmico. Isso também vale para peças de reposição e outros suprimentos, que as companhias aéreas iranianas precisam com urgência.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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