Como visto no domingo, 6 de novembro, vídeos publicados mostravam que um avião ATR 42 acabou com sua fuselagem quase totalmente submersa em uma ocorrência na Tanzânia durante um voo comercial de transporte de passageiros.
O equipamento é o ATR 42-500 registrado sob a matrícula 5H-PWF, da empresa aérea Precision Air, que terminou no Lago Victoria na aproximação para a pista de Bukoba (HTBU), na Tanzânia, mas ainda não havia muitos detalhes sobre sobreviventes, vítimas ou a sequência dos fatos.
Agora, a mídia local começa a divulgar mais informações a partir de relatos de sobreviventes e de testemunhas, assim como de autoridades e da companhia aérea.
Ao contrário do que havia sido divulgado, o avião não teria caído no lago ao se aproximar para a cabeceira 31, mas sim teria passado reto ao final da pista ao pousar pela cabeceira 13.
A transportadora disse que 19 pessoas morreram no acidente, enquanto 24 foram resgatadas. O turboélice tinha 43 a bordo, sendo 39 passageiros (38 adultos e uma criança) e quatro tripulantes a bordo. Ele voava de Dar es Salaam para Bukoba, quando o acidente ocorreu por volta das 8h53.
O primeiro-ministro Kassim Majaliwa, que visitou o local do acidente, disse que 19 corpos foram recuperados e estão em processo de identificação, enquanto 26 pessoas foram resgatadas, e disse que o governo investigará as discrepâncias nos números, considerando que, com 26 pessoas resgatadas e levadas ao hospital, e 19 mortos confirmados, a contagem chegou a 45. Há relatos não confirmados de que os dois a mais seriam socorristas que também acabaram como vítimas.
Foi confirmado que um dos que morreram foi o comandante Buruhani Rubaga, que pilotava a aeronave.
Um sobrevivente, o Sr. Richard Komba, disse ao The Citizen que o voo de Dar es Salaam foi em grande parte sem intercorrências, mas a meteorologia mudou drasticamente enquanto eles se aproximavam para Bukoba.
“A situação continuou mudando de mal a pior à medida que nos aproximávamos do nosso destino”, disse ele de sua cama de hospital em Bukoba.
Quando a aeronave se aproximou do Aeroporto de Bukoba, o comandante informou aos passageiros que estava chovendo muito e a visibilidade era ruim. “Ele disse-nos que se o mau tempo persistisse, seria forçado a regressar ao aeroporto de Mwanza. No entanto, foi anunciado que ainda poderíamos pousar, apesar do mau tempo e da turbulência”, acrescentou.
Mas o avião de repente mergulhou no Lago Vitória, e a água rapidamente inundou a parte frontal da aeronave. “Felizmente, eu estava atrás. Comecei a lutar junto com vários outros passageiros. Conosco, estava um membro da tripulação, que também estava lutando para abrir uma das portas”, disse Komba.
“Não tenho certeza de quem conseguiu abrir a porta, mas ela foi aberta e conseguimos sair. A ajuda não chegou de imediato e passou algum tempo até sermos resgatados por pescadores em uma canoa”, disse.
Outra sobrevivente, Theodora Mpesha, 46, disse que mal deu tempo de soltar o cinto de segurança. Ela correu para a porta mais próxima antes de sair e embarcar em uma canoa que levou vários sobreviventes à costa.
Salvatory Temba, também passageiro, disse que depois de chegar à zona do Lago, o comandante informou aos passageiros que o tempo não estava bom e deu a entender que a situação poderia piorar.
“Apesar de ser advertidos, continuamos otimistas de que a situação voltaria à normalidade. Quando o acidente ocorreu, a água rapidamente inundou o avião e os passageiros começaram a lutar para salvar suas vidas…houve um pandemônio”, disse ele.
Pessoas que testemunharam o acidente e ajudaram no resgate também falaram sobre o que viram.
Majaliwa Jackson, 20 anos, morador de Bukoba, que ficou ferido ao resgatar passageiros, disse que estava vendendo sardinhas na praia quando o acidente aconteceu.
“Vi o avião indo e vindo na direção do Ilhéu Musira. Como vinha da direção da Alfândega, caiu no lago, a poucos metros de onde eu estava com vários colegas comerciantes”, disse.
Jackson disse que viu pessoas acenando freneticamente de dentro do avião. “Uma das portas foi aberta e isso permitiu que alguns passageiros saíssem e subissem em canoas. Outras portas estavam trancadas e era impossível abri-las, os esforços para abri-las se mostraram inúteis.
“Peguei uma corda. Enquanto eu lutava para puxá-la, ela estourou e me acertou no olho. Perdi a consciência e, quando voltei, me encontrei no hospital de referência regional”, acrescentou.
O diretor-gerente da Precision Air, Patrick Mwanri, disse que o centro de controle de operações da empresa foi informado após as 8h53 que o voo não havia chegado a Bukoba.
Ele disse que dois centros de informação foram abertos no ELCT Hotel em Bukoba e no Blue Saphire Hotel em Vingunguti, Dar es Salaam.
“Os centros serão responsáveis pelo atendimento aos familiares das vítimas do acidente. Além disso, estamos colaborando com as autoridades responsáveis, incluindo a Autoridade de Aviação da Tanzânia (TAA), a Autoridade de Aviação Civil da Tanzânia (TCAA) e o departamento de desastres do PMO e o Comissário Regional (RC) sobre o assunto”, disse ele.
A fabricante da aeronave, ATR, publicou nessa segunda-feira, 7 de novembro, uma breve nota, dizendo: “Após o acidente relatado na Tanzânia, ocorrido em 6 de novembro envolvendo uma aeronave ATR 42-500, nossos primeiros pensamentos estão com as famílias e indivíduos afetados por este acidente. Os especialistas da ATR estão respondendo de acordo com os protocolos internacionais estabelecidos e estão totalmente engajados para apoiar o cliente e a investigação.”
Os vídeos e imagens dos momentos posteriores ao acidente, quando o resgate era feito, podem ser vistos novamente acessando este link ou o título abaixo.