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Southwest pode perder até meio bilhão de dólares por colapso operacional

O desmoronamento das operações da Southwest Airlines, na última semana do ano de 2022, pode custar muito mais caro do que a empresa imaginaria.

Divulgação – Southwest Airlines

A empresa foi impactada fortemente pela nevasca histórica que atingiu os EUA durante o Natal, mas ao contrário de todas as concorrentes, não conseguiu recuperar os voos e a situação piorou a medida que o Réveillon se aproximava. O problema foi tão grande que mais de 70% dos voos da empresa foram cancelados em único dia, e representando 90% dos cancelamentos em 24 horas em todos os Estados Unidos, algo inédito no país.

Apesar da origem ter sido fatores climáticos, o coração do problema estava na informática: o seu sistema de gerenciamento de escala de tripulantes não era dinâmico, e logo não conseguia processar voos desviados e voos cancelados em grande número.

No final do dia haviam aviões disponíveis, tripulantes prontos para o voo e passageiros ansiosos para viajarem, mas não era possível montar um voo no sistema, elaborar lista de passageiros e enviar um plano de voo para que os Boeings 737 saíssem do chão.

O caos gerado foi imenso, e vários passageiros ficaram por dias esperando até serem reacomodados, sendo que a empresa precisou dar um reset no sistema, enviando aviões vazios de volta para suas bases junto das tripulações, para daí verificar onde estavam cada piloto e comissário, e assim rodar o sistema de acordo com a operação real.

Inclusive, o Presidente dos EUA, Joe Biden, comentou o caso e prometeu que as companhias aéreas (sem citar nominalmente a Southwest mas claramente falando dela) serão responsabilizadas.

Passada parte do caos, o analista Savanthi Syth, da firma Raymond James de análise financeira e predição de mercado, aponta que a Southwest perderá até $500 milhões de dólares em faturamento pelos dias de caos no final do ano. Segundo ele revelou ao portal Skift, isso pode significar redução de até 9% no lucro operacional da empresa no balanço do quarto trimestre de 2022, que ainda será divulgado nos próximos meses.

Este cálculo conta apenas os gastos operacionais, como reembolso de clientes, vouchers compensatórios, taxas aeroportuárias, custo de reposicionamento de tripulação e gastos com acomodações em hotéis tanto para clientes como funcionários. Porém, nesta conta não estaria entrando ainda o valor que passageiros devem pedir de gastos que tiveram como alimentação, transporte alternativo e diárias de hotéis gastas na origem e/ou perdidas no destino.

Apesar da legislação americana favorecer companhias aéreas, o caso da Southwest foi bastante atípico e advogados têm se movimentado para entrar com ações coletivas que podem ser acatadas pelas cortes.

A grosso modo, cada passageiro, por enquanto, está sendo reembolsado pela passagem comprada na empresa mais um voucher compensatório referente ao valor gasto para comprar outro bilhete na concorrente, além de um voucher bônus de $250 a $300 que começou a ser enviado hoje por e-mail junto de uma carta de desculpas do CEO, Bob Jorda, que tem sofrido a maioria das críticas.

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