Subsídios ilegais à Boeing custam à Airbus até US$ 4 bilhões ao ano, conclui OMC

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A Airbus informa nesta terça-feira, 13 de outubro, que a Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou sua decisão de que a União Europeia (UE) será autorizada a impor tarifas sobre US$ 4 bilhões em mercadorias norte-americanas exportadas para a União Europeia todos os anos.

Boeing 787 Dreamliner

A decisão segue quatro painéis anteriores da OMC e relatórios de apelação de 2011 a 2019, confirmando que subsídios dados à Boeing violam as regras da OMC. A decisão conclui que os subsídios ilegais à fabricante norte-americana custam à Airbus US$ 4 bilhões em vendas perdidas e participação de mercado anualmente.

A Comissão da UE já concluiu sua consulta pública sobre as contramedidas planejadas e publicou a lista preliminar de produtos norte-americanos aos quais se aplicam, incluindo aeronaves Boeing.

Guillaume Faury, CEO da Airbus, declarou que a Airbus não iniciou esta disputa na OMC e não deseja continuar prejudicando os clientes e fornecedores da indústria de aviação e todos os outros setores afetados.

“Como já demonstramos, continuamos preparados e prontos para apoiar um processo de negociação que leve a um acordo justo. A OMC agora falou, a UE pode implementar as suas contra-medidas. É hora de encontrar uma solução para que as tarifas possam ser removidas em ambos os lados do Atlântico”, disse Faury.

A Airbus informa que apoia totalmente a Comissão da UE em tomar as medidas necessárias para criar condições equitativas e buscar um acordo há muito esperado.

A conclusão da Organização Mundial do Comércio sobre os subsídios à Boeing vem à tona 3 meses depois que, em julho, a fabricante europeia concordou com os governos da França e da Espanha em fazer alterações nos contratos Repayable Launch Investment (RLI) dos Airbus A350, em um passo final para interromper uma disputa de 16 anos e remover qualquer justificativa para tarifas impostas pelos EUA.

As tarifas impostas pelo Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR – US Treasure), segundo a Airbus, estavam prejudicando todos os setores-alvo da indústria, incluindo as próprias companhias aéreas dos EUA, e adicionando um ambiente muito difícil como consequência da crise da COVID-19.

“Cumprimos totalmente todos os requisitos da OMC. Essas alterações adicionais nos RLIs do A350 demonstram que a Airbus não deixou pedra sobre pedra para encontrar o caminho para uma solução”, disse Faury no mês de julho. “Este é um sinal claro de apoio àqueles que sofrem com o severo impacto das tarifas impostas pelo USTR, especialmente em um momento em que as indústrias são duramente atingidas pelas consequências da crise da COVID-19”.

Informações da Airbus

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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