Uma investigação preliminar apontou uma falha grave na manutenção do jato comercial Sukhoi Superjet que caiu dias atrás na Rússia. A aeronave SSJ100 da empresa de energia Gazprom caiu logo após decolar para um voo de testes pós manutenção nos arredores de Moscou, vitimando todos os três tripulantes que estavam a bordo.
O acidente do último dia 12 de julho deixou poucos rastros, mas foi possível recuperar a caixa-preta e partes essenciais da aeronave. A agência russa TASS já havia divulgado que os investigadores já haviam concluído preliminarmente que os motores do avião não falharam.
Agora, o portal Izvestia aponta que fontes na investigação afirmaram estar trabalhando sobre a falha de dois dos quatro sensores de ângulo de ataque.
Estes sensores, que determinam o ângulo em que a asa está, são essenciais para que o piloto (e o computador de bordo) tenham ciência de qual é a atitude da aeronave e se está muito próximo de estolar, que é quando não existe mais sustentação sendo gerada pelas asas.
A falha estaria relacionada a um desvio de 5º (5 graus) para mais, erro ocasionado por uma má instalação. Desta maneira, durante a subida inicial após a decolagem, o avião estava numa atitude, mas os sensores acusaram que estava numa subida mais íngreme, que colocaria em risco a geração de sustentação pelas asas.
Desta maneira, o sistema de proteção de voo da aeronave, que também é presente em aeronaves ocidentais como Airbus, Boeing e Embraer, entrou em ação para corrigir a atitude da aeronave, comandando ela para baixo no que, segundo o Izvestia, não permitiu tempo suficiente para que os pilotos reagissem e tomassem o controle de volta do avião.
Caso esta falha seja considerada o fator principal para o acidente, se assemelhará em muito com os dois acidentes do Boeing 737 MAX, em 2018 e 2019. No caso do avião americano, um dos sensores parou de responder e um sistema de proteção (até então desconhecido dos pilotos) entrou em ação, comandando o jato para baixo numa queda fatal.
Esta hipótese foi ressaltada pelo fato da Sukhoi ter emitido um boletim na segunda-feira, dia 15, ressaltando para todos os operadores do Superjet SSJ100 que redobrem a atenção na hora de substituir os sensores de ângulo de ataque, principalmente na posição de instalação que deve estar alinhada com os marcadores.
Vale ressaltar que nos jatos ocidentais esta instalação errônea não acontece, já que a peça só pode ser colocada numa posição específica, não permitindo o encaixe em um local que não seja o especificado. Todas essas conclusões ainda são preliminares, já que o caso é muito recente.