O Piloto e Herói do Rio Hudson, Sully Sullenberger, criticou o presidente americano Donald Trump e pediu para que as pessoas não votem nele nas próximas eleições. A crítica veio após o jornal The Atlantic revelar que Trump teria dito ao presidente francês, Emmanuel Macron, que os veteranos que morreram na Segunda Guerra Mundial, são perdedores e otários.
O Presidente dos EUA, que inclusive estudou em colégio militar no Ensino Médio, negou veementemente a notícia do The Atlantic, afirmando ser fake news e dizendo que fazia parte da “campanha de caça às bruxas” promovida por adversários e pelo Partido Democrata.
Sully, por sua vez, serviu como militar na Força Aérea (USAF) por diversos anos antes de ir para o setor civil, onde voou pela U.S. Airways até o acidente em 2009, quando gansos atingiram ambos os motores de seu Airbus A320 após decolar do Aeroporto La Guardia em Nova Iorque, forçando o pouso no Rio Hudson, que milagrosamente não teve nenhum ferido.
Na USAF, Sully voou o caça F-4 Phantom II, foi instrutor de caça na Base Aérea de Nellis, tendo se aposentado como Capitão. Ele também destacou que seu pai é veterano da Segunda Guerra e ajudou a livrar o mundo do fascismo.
Diante da suposta ofensa de Trump, Sully afirmou em seu Twitter que “pela primeira vez na história americana, um presidente tem mostrado repetitivamente um conteúdo totalmente vulgar e desrespeitoso para aqueles que serviram e morreram pelo nosso país”.
“Apesar de não estar surpreso, estou enojado pelo atual ocupante do Salão Oval, que se mostrou diversas vezes totalmente incompatível com o cargo e sem respeito pela posição que ocupa”, afirma o ex-comandante, que não voa desde que se acidentou em 2009.
O chamado Herói do Rio Hudson é conhecido por seus discursos, que às vezes envolvem política e regulações.
9/9 We owe it not only to those who have served and sacrificed for our nation, but to ourselves and to succeeding generations to vote him out. https://t.co/REXXzg90Pw @JeffreyGoldberg @TheAtlantic
— Sully Sullenberger (@Captsully) September 4, 2020
As críticas continuam, apontando que Trump fez um juramento à bandeira similar ao que os militares fazem quando começam a servir, mas que o presidente falhou ao cumprir este juramento. Por fim, Sully conclui dizendo que “nós devemos não apenas àqueles que serviram e se sacrificaram, mas também para nós e as gerações seguintes, não votar nele”.
Desde fevereiro Sully declarou abertamente apoiar a campanha de Joe Biden à presidência dos EUA, tendo inclusive participado de um evento ao lado do ex-vice-presidente no estado de Nevada.
Os militares sempre tiveram parte especial no eleitorado e na sociedade americana. Um exemplo foi a última eleição presidencial, em que Hillary Clinton perdeu muitos votos ao negar apoio a soldados e membros do consulados que estavam encurralados em Bengazi, como foi retratado no filme 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi.