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Taxas de extravio de bagagens quase dobram em meio ao crescimento do volume de passageiros

Imagem: Victor Freitas, via Pexels

Companhias aéreas e aeroportos estão enfrentando um salto nas taxas de extravio de bagagens, devido ao aumento no número de passageiros. De acordo com o relatório de Insights em TI para Bagagens – 2023 (2023 Baggage IT Insights, em inglês), da SITA, divulgado ontem (16), o número de malas extraviadas quase dobrou de 2021 para 2022, atingindo 7,6 bagagens por mil viajantes.

Escassez de funcionários, retomada das viagens internacionais e superlotação nos aeroportos tornaram desafiador o gerenciamento das bagagens e sua garantia de manuseio sem irregularidades nos terminais – especialmente durante os períodos de pico de viagens.

O aumento global no extravio das malas evidenciou a necessidade de digitalizar ainda mais o seu processamento. Como prioridade, a indústria está mudando o foco para a digitalização e a automação, com investimentos em tecnologia que visam maior otimização e soluções de autoatendimento.

Em 2022, as bagagens que sofreram atrasos representaram 80% de todas as malas extraviadas. Já as perdidas e roubadas aumentaram para 7% e as danificadas e furtadas reduziram para 13%.

Esse disparo na taxa de extravios ocorre após mais de uma década de redução. Entretanto, melhorias significativas no processo ajudaram a taxa de extravio por mil passageiros a cair 59,7% entre 2007 e 2021. Contudo, dada a pressão de escassez de funcionários e da retomada das operações pós-pandemia, a taxa de extravio do ano passado foi de 7,6 bagagens por mil passageiros, o que representa um aumento de 75% em relação a 2021.

Historicamente, as malas dos voos com conexão são responsáveis pela maioria das bagagens extraviadas. Esse fato não foi diferente em 2022, que registrou um aumento de um ponto percentual em relação a 2021, o que eleva para 42% a proporção de bagagens com atraso durante a transferência.

Este salto é atribuído ao retorno das viagens internacionais e de longa distância, resultando em erros durante o deslocamento das malas e de maiores taxas de extravio durante as conexões. A falha no carregamento de bagagens foi responsável por 18% de todas as que foram extraviadas em 2022, representando uma redução de 3% em relação ao ano anterior.

Estes erros mais do que dobraram em comparação a 2021, representando 9% de todas as malas atrasadas em 2022, devido a sobrecargas operacionais nos sistemas de bagagem.

“Depois de uma década em que a taxa de extravio caiu mais da metade, entre 2007 e 2021, é desanimador constatar que esse índice voltou a subir. Como setor, precisamos trabalhar fortemente para garantir que os passageiros voltem a ter confiança ao despachar suas bagagens. Nós, da SITA, estamos atuando diretamente com companhias aéreas e aeroportos para auxiliar na solução dos principais pontos críticos da jornada da bagagem, por meio da automação inteligente, rastreamento e plataformas digitais”, ressalta David Lavorel, CEO da SITA.

Investir em informações em tempo real que informa o status das malas tornou-se uma das principais prioridades das companhias aéreas, com 57% delas fornecendo a seus funcionários acesso em dispositivos móveis a essas informações. A expectativa é que esse número aumente significativamente para 84%, até 2025. Além disso, 67% das companhias aéreas planejam oferecer o status em tempo real da bagagem diretamente aos passageiros, o que representa um aumento significativo em relação aos 25% atuais.

A SITA estima que a automação das operações de reenvio poderia economizar até US$ 30 milhões por ano para a indústria. A recente parceria entre a Lufthansa e a empresa, que utiliza a tecnologia, tem como objetivo digitalizar o processo manual de reenvio de malas. Além disso, os resultados da Prova de Conceito da solução sugerem que 70% das bagagens extraviadas da Lufthansa, no Aeroporto de Munique, na Alemanha, podem ser automaticamente reembarcadas.

Informações da SITA

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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